À Conversa Com José Mora Ramos
À Conversa Com José Mora Ramos
3
de Fevereiro, 21:30
Clube Literário do Porto
Rua
Nova da Alfândega, 22
Apresentação do livro:
Manual de Viagem para Amantes - contos eróticos de José Mora Ramos, com ilustrações de Anxo Pastor
O Eros, em Bio, organiza demandas mui dyferentes das tanáticas executadas pelos crussados em prol do vigésimo da lotaria, sem categoria humana onde limpar a face que outras faces derruba, no lugar do espelho exaurido pela castração.
José Mora Ramos, numa tradição viajo - ajo - ando- viando - carne- ergo - sum, tipifica um mapa das fantasias eróticas presentes, por exclusão na Malcastrada de Emma Santos, ou no sacro-falo dos habitantes propensais de Livorno do século XIX, quando exactamente aí, a presença portuguesa era a mais franca. E na fra(n)queza se liberta os ácidos e outros que tais que delimitam a silhueta onde será impossível revermo-nos, passada a fricção dos cds íntimo-genéticos ou de uma cultura voltada para uma diplomacia do eros.
Dizê-lo, afirmá-lo, executá-lo. Os deuses passeiam-se pelas mentes, subornam qualquer período letárgico, insinuam o que vem, impossibilitam a saudade que será sempre uma nota de sexílio. A liberdade, no seu impossível, na sua redimensionação utópica, membrânica até, dispensa o culto judaico-cristão da culpa, acontece qual a vida em suas linhas cobertas e descobertas pelo desejo. Dessa australopectização, os sinais rupestres não dão notícia, é o sexo uma arte rupestre?
Não sei, dos ideários que submetem a existência, o melhor é o astro-húngaro: um a olhar os astros e a não ficar lá, nem sequer na melhor nádega de uma galáxia penetrada pelo sol.
alberto augusto miranda
José Mora Ramos é investigador científico e profissional de teatro e cinema.
Nasceu em Lisboa em 1948, mas cresceu em Maputo, repartindo desde sempre o seu sentimento pelas duas cidades, como reparte o seu dia pelos seus dois mundos.
A prática teatral levou-o à escrita dramática a que se resumia, até este Manual de Viagem para Amantes, a sua obra literária - Domingo (1998), O Parque dos Piqueniques (2001) e Então, felicidades! (2003).