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Agenda do Porto
22 mars 2010

ANTÍGONA

tnsj

ANTIGONA2_TUNA

Antígona ©João Tuna

Estreia já no próximo dia 26 de Março, no Teatro Nacional São João, Antígona, de Sófocles, a primeira tragédia grega encenada por Nuno Carinhas. Produzida pelo TNSJ, Antígona estará em cena de 26 a 28 de Março e de 7 a 23 de Abril.

Paralelamente à apresentação, irão desenvolver-se diversas actividades associadas: a exposição Estados de Guerra, com fotografias de João Pina, de 26 de Março a 24 de Abril; uma leitura encenada da Antígona de António Pedro, com direcção cénica de Nuno M Cardoso, interpretada por actores da casa e alunos do Balleteatro Escola Profissional e da ESMAE (de 13 a 15 e de 21 a 23 de Abril); e ainda um ciclo de conferências Análise ao Fado e ao Sangue comissariado por João Luís Pereira nos dias 15, 16, 22, 23 e 24 de Abril.

A peça de Sófocles vai ainda ser apresentada no Teatro Viriato, em Viseu (29 e 30 de Abril), no Teatro Municipal de Bragança a 8 de Maio e no dia 14 de Maio no Teatro Municipal de Vila Real.


Antígona

ΑΝΤΙΓΟΝΗ (ca. 442 a.C.)

de Sófocles

tradução Marta Várzeas

encenação e cenografia Nuno Carinhas

figurinos Bernardo Monteiro

música Miguel Pereira (VortexSoundTech)

desenho de luz Rui Simão

desenho de som Joel Azevedo

voz e elocução João Henriques

interpretação

Alexandra Gabriel Ismena; Coro

António Durães Creonte

Emília Silvestre Tirésias; Coro

João Castro Primeiro Mensageiro; Coro

Jorge Mota Corifeu

José Eduardo Silva Hémon; Coro

Lígia Roque Eurídice; Coro

Maria do Céu Ribeiro Antígona

Paulo Freixinho Guarda; Coro

Pedro Almendra Segundo Mensageiro; Coro; Guia de Tirésias

assistência de encenação (estagiário) Ricardo Couto

assistência de voz e elocução (estagiária) Ana Celeste Ferreira.

produção TNSJ

estreia [26Mar10] TNSJ (Porto)

duração aproximada [1:30]

classificação etária Maiores de 12 anos

Teatro Nacional São João

[26 | 28 Março + 9 | 23 Abril]

quarta-feira a sábado 21:30 domingo 16:00

Teatro Viriato  (Viseu)

[29 + 30 Abril 2010]

quinta e sexta-feira 21:30

Teatro Municipal de Bragança

[8 Maio 2010]

sábado 21:30

Teatro Municipal de Vila Real

[14 Maio 2010]

sexta-feira 21:30

Teatro Nacional São João

Praça da Batalha

4000-102 Porto

T 22 340 19 00 F 22 208 83 03

Tempos “antígonos”

“É a obediência que salva a vida dos homens rectos”, Creonte dixit.


Sou de um tempo “antígono”, em que a anarquia ainda soava a nobreza de carácter quando confrontada com o poder absoluto, perigoso e pouco respeitador das liberdades individuais e colectivas. Não necessariamente a anarquia organizada que empunhava as bandeiras pretas que acabavam a amortalhar os “inimigos de classe”; antes as palavras e os corpos que arriscavam, insubmissos, discordantes, surreais, que tinham o excesso por medida quotidiana, na procura de outras linguagens não submetidas ao silêncio reinante.

Viver contra as regras era vocação que se tornou destino para alguns, que usaram a imaginação contra o sistema. Hoje, tais sujeitos sofrem por falta de raízes, mas mesmo assim não desistem de ser de “lugar nenhum”, continuando – empenhadamente, no espaço público e privado – a sementeira contra o conformismo e a conveniência. E a arte é isso, mesmo que se torne estimada, premiada e reconhecida.


Em Antígona, um tratado sobre a Democracia, o sangue corre nas veias da cidade entre o poder e a indignação. Este espectáculo é obra (ópera) de câmara, confronto íntimo de antagonistas na mítica Tebas das sete portas assolada pela guerra fratricida pelo poder, transposta para o palco do Teatro da cidade, são joanino e Nacional; são os actores que defendem e afirmam as palavras que proferem, estes e não outros, tal como esta e não outra a assembleia de cidadãos que os escutam. Tebas é mais do que uma cidade como a reconhecemos hoje – é um país, um continente, uma civilização que se trava de razões entre ruínas fumegantes. A propósito, na Grécia actual a cólera não abranda.

Dar lugar à história do Homem (“de todos os prodígios o maior”), depois da efabulação da história de Deus, é continuar a demanda de sentido, abrindo as portas ao confronto de temáticas sem fim à vista. Heróis como Antígona, se não geraram filhos, geraram adeptos que da sua ilustre causa se apropriaram ao longo da maratona da História, contra o imobilismo da “unidade interna” dos sistemas.


Agradeço a todos os participantes das iniciativas paralelas: João Pina (o Olhar de Estados de Guerra), Aldina Duarte (a Voz de Mulheres ao Espelho) e os conferencistas das Análises ao Fado e ao Sangue, comissariadas por João Luís Pereira, bem como a todos os que se dispuseram a escrever para este Manual de Leitura. A partilha da diversidade de pensamento é a nossa ambição alargada de serviço público.


Dedico este espectáculo a Vera Castro, que partiu para o Hades antes de nós. O gosto elaborado foi o seu desígnio a caminho da perfeição.

Nuno Carinhas

Director Artístico do TNSJ

Antígona está só

Marta Várzeas

Surpreendentemente, naquela que parece ser a peça mais política de Sófocles – o que, nos termos de um Ateniense do séc. V a.C., equivaleria a dizer “a peça de tema mais masculino” – é uma figura feminina que surge catapultada para o centro do conflito trágico onde vai defrontar um homem, precisamente aquele que detém o poder máximo na cidade de Tebas, local da acção. Desengane-se, porém, quem eventualmente espere assistir a uma discussão – anacrónica, aliás – sobre os direitos das mulheres. Antígona pode ser objecto de leituras feministas ou de estudos de género, mas os problemas que coloca são muito mais vastos do que o que tais interpretações poderão fazer crer. Se, na peça de Sófocles, a personagem feminina ousa desafiar um homem poderoso, essa é tão-somente a consequência inevitável da sua escolha e não um propósito deliberado. Em momento algum a vemos reclamar direitos e muito menos o de ter voz no espaço público ou o de criticar as leis da cidade. Antígona nada tem de uma sufragista avant la lettre. Se algum direito reclama é apenas o de cumprir um dever – o de prestar honras fúnebres ao irmão. Tratando-se de um dever sagrado, ele não é, todavia, sentido como uma imposição vinda do exterior, mas como algo cuja origem se encontra no mais profundo do seu ser: um visceral sentido de solidariedade familiar, dos laços de consanguinidade, e especialmente da sua condição de irmã – principal traço que a define como pessoa. Mas é porventura aí, na profundidade do ser, que convergem vontade humana e vontade divina.

Diz George Steiner que até uma data muito recente “foi a ‘questão de Deus’, a questão da existência ou não existência de Deus e as tentativas de dar a essa existência ‘uma morada e um nome’ que alimentaram boa parte da grande arte, da literatura e das construções do pensamento especulativo”.1 No que diz respeito à poesia grega, a sua história na Antiguidade é a de uma busca que, de facto, podemos designar como teológica, no sentido em que nela se configura uma tentativa de aproximação ao divino por meio do logos. E é sobretudo na poesia trágica que essa busca reveste os contornos de um problema. A crescente insatisfação de pensadores e poetas que, ao longo dos séculos VII e VI a.C., foram reagindo a uma visão antropomórfica dos deuses veiculada pela poesia homérica e hesiódica, ganhou nova forma na tragédia do séc. V, preocupada em trabalhar os velhos mitos da tradição à luz dos anseios, das expectativas, das dúvidas e das tensões da sociedade ateniense em que nasceu.

Em Sófocles, a manifestação do divino faz-se sentir como mistério insondável, uma “presença ausente” que atira para o primeiríssimo plano da acção o homem – o homem finito, contraditório, na contingência da sua pequenez e da sua grandeza, numa nudez por vezes confundível com uma espécie de condenação à liberdade, como diria Sartre, mas que, ao contrário, se revela integrada num plano maior, transcendente, não obstante a humana incapacidade de lhe descortinar o sentido.

A jovem Antígona é de tudo isto um claro exemplo: dessa solidão que constitui um dos traços essenciais do desenho dos heróis sofoclianos, por um lado, e da misteriosa colaboração dos mortais na realização dos desígnios divinos, por outro.

Ao contrário do que acontece nas restantes tragédias do mesmo autor, a personagem não dispõe de um oráculo, por ambíguo que seja, a servir de esteio à sua acção. As leis não escritas, defendidas perante Creonte para justificar a desobediência ao decreto de proibição dos funerais de Polinices, referem-se a costumes ancestrais tidos como vontade divina, mas cuja obrigatoriedade não é, ao que parece, um dado adquirido e de aceitação universal. O desfecho dos acontecimentos mostrará sem sombra de dúvidas a sacralidade daqueles costumes e a necessidade imperiosa de os observar, mas tal certeza só na cena com Tirésias se obtém. Antes disso, não há uma palavra directa dos deuses, personalizada, dirigida ao momento presente e prévia à acção da personagem. Antígona escolhe, decide, age, e as suas escolhas, decisões e acções, nascem exclusivamente de si própria, do seu carácter decidido e indomável.

Antígona está só. Referenciada exclusivamente à família de sangue, carece de qualquer demonstração de afecto familiar, ou pelo menos não o reconhece nas tentativas de dissuasão vindas de Ismena, a irmã; por Creonte, irmão de sua mãe, é condenada ao emparedamento; nada sabe da solidariedade do noivo, Hémon, com quem nunca se encontra em cena; e nem o Coro dos anciãos de Tebas, tão distantes da sua condição de mulher e de jovem, a pode compreender e acompanhar plenamente. Dos deuses só um silêncio perturbador. Antígona está só, mas não cede, e até nos lamentos que profere se faz ouvir a voz da sua obstinação.

Com efeito, é com fortes traços de carácter que o dramaturgo a desenha, intensificados pelo contraste com Ismena, delineada de acordo com modelos de construção do feminino mais convencionais. Antígona é obstinada, destemida, inabalável, excessiva como quase todos os heróis de Sófocles, mas é mulher. A natureza feminina da personagem é um dado fundamental para a compreensão da problemática da tragédia, ainda que não para a transformar na representação de uma “guerra de sexos”. Essa é a perspectiva estreita de Creonte, patente na forma como avalia o acto praticado pela sobrinha e como decide sobre a resposta a dar-lhe: se a deixo vencer e ficar impune, ela é que será o homem e não eu. O que está envolvido, porém, é muito mais profundo, como ele próprio acabará por perceber.

O facto de se tratar do confronto entre um homem e uma mulher abre para aspectos essenciais da condição humana que, de outra maneira, ficariam reduzidos a uma discussão política, em sentido estrito, semelhante à que se observa na cena com Hémon, eivada da retórica própria do discurso masculino sobre o governo da polis. O cuidado que o filho de Creonte põe na escolha das palavras e a forma como assimila o modus loquendi de seu pai, são estratégicos e evidenciam a preocupação de manter o discurso dentro dos parâmetros do que seria aceitável um homem, e no caso, um filho, dizer. Justamente porque as mulheres representam o Outro, irredutivelmente diferente, a actuação da jovem Antígona desencadeia uma série de problemas não previstos e que irão abalar a autoridade do rei.

Historicamente, na Grécia antiga, as mulheres tinham um papel fundamental nos rituais fúnebres e no culto das divindades. Se em Atenas lhes estava completamente vedada a participação na vida pública, elas tinham, por assim dizer, uma cidadania de tipo religioso. Era sobretudo aí, no espaço das manifestações religiosas, que as vozes femininas ganhavam expressão, não despicienda, de resto, porquanto na polis grega o religioso e o político não eram entendidos como categorias perfeitamente distintas, pese embora uma certa tendência da democracia ateniense para controlar a religião e para a reduzir à exterioridade das cerimónias cívicas do Estado.

Na peça de Sófocles é essa faceta tradicional do universo feminino, encarnada em Antígona, que vem revelar os contornos religiosos daquilo que começara por ser, aparentemente, apenas um problema político, e obriga a recentrar a discussão sobre o exercício do poder na reflexão acerca do espaço que a polis deve conceder ao sagrado e aos costumes ancestrais que constituem uma sua manifestação. O assunto era actualíssimo na Atenas democrática do séc. V a.C., confiante nas capacidades racionais do homem para gerir os destinos da cidade, mas correndo o risco de a essa racionalidade querer submeter todas as dimensões da vida. Os termos em que se desenrola a argumentação entre Creonte e Hémon constituem apenas uma das formas possíveis de enquadrar a questão política. Antígona vem, pois, explícita e implicitamente, alargar os horizontes. Além de Hades e dos deveres sagrados para com os mortos, a sua presença actuante convoca ainda outras dimensões do humano e das forças transcendentes que o atravessam. Refiro-me particularmente a Eros e ao seu poder avassalador, muito oportunamente cantado na ode coral que se segue ao embate entre pai e filho. O Coro vê mais longe do que Creonte, sabe que por detrás da jovem noiva e do sentimento por ela despertado é a própria força de Eros que irrompe, essa divindade irresistível, destruidora, que faz perder os homens e a que nem os deuses escapam. Eros que actua em Hémon e o há-de conduzir ao suicídio, depois da tentativa frustrada de matar o pai; e que igualmente actua em Antígona, privada, pela condenação de que foi alvo, da possibilidade de consumar a sua existência como mulher: mulher-esposa, mulher-mãe. Não é, pois, apenas as forças da morte que Creonte afronta, mas também as da vida, desse impulso vital que Eros representa.

Embora seja fácil perceber de que lado está a razão nesta peça, a construção dramática das personagens principais e dos conflitos que as opõem está longe de ser simples. Ambas defendem ideias válidas e importantes e, embora em graus diferentes, nem uma nem outra está isenta de contradições e traços negativos.

Creonte é o monarca recente, saído de uma guerra que ameaçara a sua cidade, um rei que tem sobre os ombros a ponderosa tarefa de decidir. E decide. Decide de acordo com um princípio ético tradicionalmente aceite, o de “fazer bem aos amigos e mal aos inimigos”. Por isso, resolve honrar Etéocles que morreu em defesa da polis e proibir os funerais de Polinices, o agressor que contra ela avançara com um exército. É a desobediência da sobrinha que vem mostrar o carácter problemático deste princípio que, de início, nem o Coro rejeita abertamente. Aliás, também Antígona, de alguma maneira, se rege pelos mesmos imperativos. A decisão de prestar honras a Polinices justifica-se, em parte, pelo dever de fazer bem aos philoi, aos amigos. E até Ismena, no final do prólogo (a cena de abertura), o reconhece.

De onde nasce, então, o conflito? Objectivamente, ele nasce da discordância relativamente à própria definição de amigos e inimigos. Para Creonte, o bem-estar da cidade é o critério para a aferição de uns e de outros. Para Antígona, em primeiro lugar estão os laços de sangue. Quererá isto dizer que existe uma equivalência entre as duas posições e que a peça aponta para uma desejável síntese harmonizadora? Será dialéctica a visão trágica de Sófocles?

Em primeiro lugar, deve notar-se que a peça não representa um conflito de princípios abstractos. Ao dramaturgo interessa muito mais o choque de caracteres, os conflitos que nascem do ethos das personagens e que, assim, lhe permitem tocar o cerne da natureza humana. Por outro lado, a tragédia sofocliana é essencialmente dilemática, levanta questões, aponta problemas que são colocados em perspectiva, a partir de vários pontos de observação, procurando mais, em meu entender, alargar o nosso campo de visão do que estreitá-lo em direcção a uma só resposta. Por isso ouvimos Antígona e Creonte, mas também Ismena e Hémon, e até o Guarda e o Mensageiro. Por isso se faz ouvir a voz plural do Coro num constante contraponto em relação às vozes das personagens individuais.

É pela porta do feminino que os deuses entram na vida de Creonte e fazem desabar as suas certezas, mas isto não significa nem a idealização de Antígona nem a sua instrumentalização pela divindade, interessada em dar uma lição. A personagem age conscientemente, conhece de antemão as consequências dos seus actos, não é uma vítima passiva, nem uma marioneta dos deuses. Na verdade, existe no destino trágico desta figura dramática uma dimensão de liberdade, de acção consciente e procurada, que se encontra intimamente ligada ao lado demónico do seu carácter. Dizia Heraclito, e Sófocles parece subscrever a mesma ideia, que o ethos, isto é, o carácter, era um daimon para o homem, ou seja, exercia sobre ele um poder transcendente. Isso é muito claro em todas as atitudes de Antígona. Mas no seu destino opera também a marca hereditária da transgressão, e não apenas sob a forma mecânica da indução de comportamentos transgressores. A evocação dos desvarios contra naturam que distinguem a família dos Labdácidas aponta antes para uma herança de sofrimento, essa sim, fatal. E aqui tocamos algumas das mais importantes interrogações que a tragédia – e não apenas esta – nos deixa: qual o sentido do sofrimento humano? Porque sofrem até os que respeitam e defendem as normas divinas? Que grau de responsabilidade tem o homem no seu próprio sofrer? Qual a sua margem de liberdade? Onde estão os deuses, afinal?

Quando nas derradeiras palavras do drama o Coro sublinha a importância da sensatez, da prudência e da reverência aos deuses, o que traz de novo para ajudar à compreensão do sentido do que se acabou de ver?

Para lá do que estas tiradas finais das tragédias tinham de convencional, a verdade é que o Coro retoma conceitos e valores que pontuaram os discursos de quase todas as personagens e que foram mais factores de divisão do que de comunhão. Por conseguinte, por trás da aparência de uma resposta são perguntas que ele nos suscita. Por exemplo, a uma personagem como Ismena, que agiu com a desejável sensatez de uma jovem da sua condição, que destino está reservado? Não se sabe e porventura não é isso que interessa. O que fica no final é o mistério insondável da humana condição: a força de carácter de Antígona mas também a fraqueza das suas contradições, o seu ânimo inquebrantável e o assomo da dúvida, a sua desmesurada capacidade de sofrimento e o seu inconformado grito de revolta.

Steiner, G., Os Livros que não Escrevi, Lisboa, Gradiva, 2008, p. 292.

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[27 Março] Dia Mundial do Teatro

sábado 23:30

Concerto

Mulheres ao Espelho

voz Aldina Duarte

guitarra portuguesa Paulo Parreira

viola Carlos Manuel Proença

som Francisco Leal

luz Paulo Mendes

produção TNSJ

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Teatro Nacional São João

[13 | 16 + 21 | 23 Abril 2010]

terça-feira 21:30 quarta a sexta-feira 15:00

Leitura Encenada

Antígona

de António Pedro

direcção cénica Nuno M Cardoso

interpretação João Castro, Jorge Mota, José Eduardo Silva, Lígia Roque, Paulo Freixinho, Pedro Almendra e alunos do 3.º Ano do Curso de Teatro do Balleteatro Escola Profissional Alice Silva, Ana Rosa, Carlos Campos, Joana Cruz, José Leite, José Silva, Márcio Ferreira, Marcos Bastos, Marlene Costa, Patrícia Teixeira, Paulo Freitas, Rafael Silva, Roberto Mendes, Simão Luís, Vânia Leite

produção TNSJ

colaboração Balleteatro

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Teatro Nacional São João | Salão Nobre

[15 + 16 | 22 + 23 + 24 Abril 2010]

Conferências

Análises ao Fado e ao Sangue

[15 Abril]

quinta-feira 18:30

Maria Helena da Rocha Pereira, Marta Várzeas | Moderação Frederico Lourenço

[16 Abril]

sexta-feira 18:30

Alexandra Lucas Coelho, General José Loureiro dos Santos | Moderação Amílcar Correia

[22 Abril]

quinta-feira 18:30

Francisco Luís Parreira, José Bragança de Miranda | Moderação Fernando Faria

[23 Abril]

sexta-feira 18:30

Fátima Sarsfield Cabral, Rosina Constante Pereira | Moderação Nuno Carinhas

[24 Abril]

sábado 17:00

Conversa com Paulo Eduardo Carvalho, Alexandra Moreira da Silva, Carlos Lage e Nuno Carinhas

comissário João Luís Pereira

organização TNSJ

Entrada Gratuita

No ciclo de conferências que organizámos a propósito do Breve Sumário da História de Deus de Gil Vicente, inquirimos provocatoriamente sobre O que resta de Deus. Na hora em que erguemos a mais persistente das tragédias gregas no palco do TNSJ, submetemos Antígona a várias Análises ao Fado e ao Sangue, acrescentando outras vozes à polifonia de razões composta por Sófocles no séc. V a.C. Por entre seculares rios de sangue e de tinta, saudemos todos aqueles que se dispuseram, aqui e agora, a continuar connosco esta conversa inacabada. A começar por Maria Helena da Rocha Pereira e Marta Várzeas, a referência tutelar dos Estudos Clássicos em Portugal e uma sua inspiradíssima discípula, que partilham a experiência de traduzir Antígona, na presença de Frederico Lourenço, o homérico tradutor da Odisseia e da Ilíada. Dos tambores da guerra que ecoam por dentro e por fora dos limites geográficos e mitológicos de Tebas, falam-nos a repórter Alexandra Lucas Coelho e o general José Loureiro dos Santos, autores que publicaram muito recentemente Caderno Afegão e As Guerras que Já aí Estão e as que nos Esperam, respectivamente. O investigador Francisco Luís Parreira e o ensaísta José Bragança de Miranda conduzem-nos ao núcleo abertamente mais político e filosófico desta tragédia, o primeiro abordando o tópico “ordem e anarquia”, o segundo reflectindo sobre o conflito entre lei e imperativo moral. À pergunta “De que falamos quando falamos dos complexos de Édipo e Antígona?”, respondem as psicanalistas Fátima Sarsfield Cabral e Rosina Constante Pereira. O ciclo completa-se com um reenvio aos materiais de cena, com o investigador teatral Paulo Eduardo Carvalho a moderar uma conversa informal sobre os sentidos desencadeados por esta encenação. Para além do cenógrafo e encenador Nuno Carinhas, respondem à chamada a crítica e tradutora Alexandra Moreira da Silva e Carlos Lage, o secreto admirador de Antígona que preside à CCDR-N.

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