"À Ana, A aliteração do título – “Serenas Solidões” – quadra-se com as imagens. (...) (...)Fotografar
é arrumar e classificar. A série de bonecas é uma colecção de olhares
espantados com o mundo. São crianças por nascer num conto de fadas. As
imagens de Ana Gaiaz estão prenhes de memórias mas vazias de gente. As
excepções – por puras razões geométricas – são as fotografias de
Veneza. Por exemplo, a do gondoleiro que se dobra no plano
perpendicular ao perfil encurvado do barco. Ou a da fila de transeuntes
na passerelle duma Praça de São Marcos alagada – barreira humana em
contraponto à fachada modulada do palácio. Há ecos das janelas nos
arcos palafíticos da estrutura.(...)" Excertos de texto da autoria de Jorge Calado, in catálogo da exposição, Ed. Árvore, 2007
"Solidão – da dor à tranquilidade As
fotografias de Ana Gaiaz evidenciam um elevado grau de contemplação e
enunciam a profunda paz interior de quem deambula de olhar atento e
sensitivo pelos espaços que percorre. Com excepção das imagens de
Veneza, todas as fotografias estão despidas da presença humana, como
que a sublinhar o título atribuído ao conjunto: “Serenas solidões”.
Semanticamente, este título remete-nos para um sentimento consentido
que pode mergulhar na dor ou na tranquilidade. (...) Contudo, o imenso
âmbito simbólico destas imagens pode remeter o nosso imaginário para as
mais diversas viagens.(...)" Excertos de texto da autoria de Rui Prata (Março, 2006), in catálogo da exposição, Ed. Árvore, 2007
"Uma vibração do mundo Um
dia, "descobri" que a minha mulher era fotógrafa... Eu já sabia, como é
evidente, do seu grande interesse pela fotografia. Mas só mais tarde,
olhando os seus "trabalhos de casa" em sequências organizadas, me dei
conta de haver neles uma coerência de propósito estético e uma
expressão de personalidade muito própria. (...) (...) Ana Gaiaz
não procura grandes acrobacias conceptuais na sua maneira de abordar os
objectos e muito menos as manipulações possíveis em laboratório ou no
computador. Procura, sim, no reviver e no prazer da tradição oficinal
de quem amplia as suas próprias imagens, o instante em que os silêncios
do real se tornam mais eloquentes em face da sua objectiva e em que a
fotografia a preto e branco se torna o meio mais idóneo para nos
transmitir uma vibração, subtil e inesperada, do mundo em que vivemos." Excertos de texto da autoria de Vasco Graça Moura, in catálogo da exposição, Ed. Árvore, 2007 Curriculum de Ana Gaiaz |