João Gabriel Borkman
12-05-2007
a
03-06-2007
Representação de estreia da peça de Henrik Ibsen pelo TEP, com encenação de Norberto Barroca e com os actores Henriqueta Maya, Isabel Nunes, José Cruz, Mané Carvalho, Norberto Barroca, Olga Dias, Ricardo Trepa e Susana Sá.
JOÃO GABRIEL BORKMAN é a história de um homem que tem o sonho de
construir grandes empresas visando melhorar a sociedade. E, nessa
ambição reside o seu idealismo que está acima dos preconceitos e das
convenções sociais estabelecidas. Ele é também a imagem da ambição do
poder e da glória. Nada o faz recuar para alcançar os seus objectivos;
sacrifica a própria mulher que amava e a mulher com quem casa; utiliza
os dinheiros que foram confiados à guarda do banco que dirigia para
criar as “empresas que tinha sonhado” para “criar o bem estar de
milhões de pessoas”. Mas, os seus sonhos saíram frustrados. Acaba por
ser traído, denunciado e preso.
No final da vida, o homem
isola-se do mundo refugiado no seu ideal, numa outra prisão em que,
voluntariamente, se encerrou. Obrigado a rever os seus ideais, os seus
actos e as consequências que desencadearam no mundo real, continua a
ter esperanças de realizar o seu sonho. Inesperadamente, a rotina de
tantos anos é quebrada. Uma porta abre-se e do exterior.
É o
passado que regressa na figura da mulher que amou e que, depois da sua
prisão e ruína, educou o seu filho, volta do passado para lhe pedir que
“salde” algumas dívidas. Depois dum frente a frente entre esta (Helga)
e a sua mulher (Gunhild), há a disputa pelo filho de João Gabriel,
entre a mãe verdadeira e a mãe adoptiva do filho (Erhart). Mas é o
filho quem escolhe o seu destino; não se deixa prender na teia dos
preconceitos sociais e familiares e parte para a aventura, para a vida,
para a liberdade. Vai para longe com a mulher que ama, mesmo sendo uma
mulher vivida e mundana. Ainda que parta para uma efémera ilusão, ele
escolhe a sua vida. No trenó onde partem vai o amor e a juventude, tudo
o que, afinal, é “autêntico”. Borkman, ainda agarrado aos seus sonhos,
embora “frustrados”, também caminha para a liberdade. Numa cena
carregada de simbolismo, ele revê os seus ideias, os tesouros da terra
que ele queria transformar em riqueza para todos. É o inevitável fim de
todos os seus sonhos, a libertação pela morte.
A peça é um conflito entre o passado que se revisita, o passado que
Borkman tem de encarar de frente e o futuro que não pode concretizar; é
o conflito entre o idealismo e a responsabilidade perante os outros,
nem sempre compatíveis. O drama do homem sonhador e idealista; o drama
da ambição do poder e da glória, da queda e da ruína, da vida ideal e
da morte verdadeira.
Organização: TEP | Apoio - Pelouro da Cultura, Património e
Turismo/Auditório Municipal/Gaianima
Horário
De 4ª Feira a Sábado às 21h45
Domingo às 16h
Local
Auditório Municipal de Gaia
Morada
Rua de Moçambique
4430-145 Vila Nova de Gaia
Telefone:
22 377 18 20
Fax: 22 377 18 29
Email:
am.gaia@gaianima.pt
Bilheteiras:
Estreia sujeita a confirmação