Cinema Batalha - Peça Teatro - Paranormal
Pessoas que procuram pessoas
Para onde vão as pessoas que, deliberadamente, se despedem das suas
famílias para recomeçarem as suas vidas em sítios distantes? Foi a
partir desta ideia, que o brasileiro Miguel Falabella escreveu a peça
«Louro alto solteiro procura», que agora Joaquim Monchique se prepara
para estrear no Porto, em Maio, com o nome «O paranormal», no Cinema
Batalha. Entrevista de Joaquim Monchique a Isabel Damião ao jormal O
Primeiro de Janeiro.
«O Paranormal», (...) com a actuação de Joaquim Monchique. (...) É a
primeira vez que se apresenta sozinho em palco, – uma atitude que o
próprio chega a apelidar de aterradora e esquizofrénica. É a primeira
vez que estreia uma peça no Porto – uma cidade e um público por quem
nutre um especial carinho. (...) Sem querer levantar muito o véu sobre
a peça, Joaquim Monchique esclarece que «O Paranormal» é uma pessoa
sensitiva, que está na sala de teatro e pede às pessoas para pensarem
nas pessoas que desaparecem. "Esta ideia surgiu ao Miguel [Falabella]
depois de ler um texto da Cruz Vermelha a dizer que o número de pessoas
que desapareciam era maior do que as vítimas mortais das catástrofes
naturais. E ele ficou a pensar para onde iriam estas pessoas. Porque há
pessoas que desaparecem e passado anos aparecem mortas, mas há muitas
que desaparecem e começam uma vida nova noutro sítio. E a ideia dele
foi essa. Pessoas que procuram outras pessoas". E o actor acrescenta:
"De repente há uma pan-cósmica e é a loucura, porque depois o
paranormal já não tem mão naquilo e as personagens começam a ter vida
própria e a contracenar umas com as outras". Ao todo, a peça tem 15
personagens, todas representadas por Monchique. (...) A ideia de
representar esta peça não é recente, nem partiu de Monchique, mas sim
de Falabella. (...) "Eu li e adorei. A peça é completamente alucinada,
mas não tinha intenção de representá-la, porque uma das coisas que mais
gosto de fazer em teatro é contracenar e estar sozinho em palco era uma
coisa que me metia um bocadinho de medo, ao mesmo tempo que me era
desagradável", relembra. Entretanto, a peça ficou guardada na sua
cabeça. "A minha cabeça funciona como um ecrã do Windows, tenho umas
janelas que vou minimizando que são as coisas que quero fazer. De vez
em quando abro uma janela e digo: agora é isto. (...) Foi a partir daí
que decidi trabalhar esta peça, com as devidas adaptações à nossa
realidade", descreve o actor. (...) Grande comédia
Joaquim Monchique assume-se como um grande admirador do teatro de
Miguel Falabella: "O teatro dele é a vida. É muito humano. Sempre com
uma componente humorística". Sobre este texto em particular, não hesita
em afirmar que a peça é muito bem disposta, e que é uma grande comédia.
Sublinhando que Falabella é um dos grandes génios do teatro brasileiro.
Para Monchique, a peça tem um humor muito corrosivo e fala de tudo.
Fala de xenofobia, de racismo, de maridos que deixam as mulheres para
irem viver com homens (...), depois de se fazer a adaptação para a
nossa realidade aquilo é igual seja aqui ou na China, as emoções são as
mesmas, as dúvidas, os risos". (...)
"Gosto muito do Porto"
Em vez de estrear «O Paranormal» em Lisboa e de lá seguir para o resto
do País, Joaquim Monchique preferiu estrear o seu espectáculo no Porto
. As razões são simples: " Gosto muito do Porto, fiz lá a minha tropa,
e tenho um carinho muito grande por essa cidade. Já representei em
várias salas, nomeadamente no Coliseu, e considero que tem o melhor
público . Acho que o Porto merece uma estreia e fiquei muito contente
por ter conseguido atingir esse objectivo". Relativamente à escolha do
Cinema Batalha, aconteceu por sugestão da produtora. O actor já
conhecia a sala, mas de outros tempos, não depois das obras de que foi
alvo. "A sala agora está muito gira e está muito bem equipada. Além
disso, está no centro da cidade, portanto é um orgulho. O cartaz vai
ser posto ainda esta semana, estou desejoso de vê-lo lá", afirma com
satisfação.
Cinema Batalha
Estreia 17 de Maio Paranormal com Joaquim Monchique. Até 03 de Junho.
Dias de exibição: Quintas, Sextas e Sábados às 21:30, Domingos às 17:00 horas.
Para maiores de 16 anos.
Bilhetes à venda no Cinema Batalha, Fnac, Bliss, lojas Viagens Abreu, Livraria Bulhosa Oeiras Parque e www.ticketline.sapo.pt.
Reservas: 217 817 599 (preços para grupos sob consulta através deste contacto) e 707 234 234.
Preços dos bilhetes: plateia: 22 €, tribuna: 19 €, 1º balcão: 15 €, 2º balcão: 11 €.