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Agenda do Porto
22 juin 2007

Globalização pensada com humor

É inaugurada amanhã, no Museu Nacional de Imprensa, a exposição da nona edição do PortoCartoon. Trata-se da maior mostra de sempre do festival quer em qualidade, quer em área expositiva. O programa inclui a abertura de outras mostras, uma instalação e a Festa da Caricatura.
Goreti Teixeira

Já está tudo preparado para a inauguração oficial da exposição do IX PortoCartoon World Festival, cujo tema foi este ano a «Globalização». A cerimónia realiza-se amanhã, pelas 18h30, no Museu Nacional de Imprensa e será presidida pelo Secretário de Estado da Cultura, Mário Vieira de Carvalho. Na mesma altura, serão também entregues as menções honrosas (15) e os prémios aos vencedores da edição 2007. Recorde-se que o Grande Prémio foi atribuído ao cartunista polaco, Grzegorx Svumovski, com um desenho protagonizado por um índio de arco e flecha a disparar um telemóvel; o segundo lugar distinguiu, em ex aequo, o brasileiro Osvaldo da Silva Costa (cartoon que alude a uma demonstração de poder numa grande metrópole) e o italiano Alessandro Gatto (desenho que satiriza a relação entre os Descobrimentos e o consumo), tendo o terceiro lugar sido ocupado pelo chinês Ruan Tang Li, em tema livre, com uma criação que retrata a fiscalização apertada nos aeroportos.

Novidade
Pela primeira vez este ano, e integrada no IX PortoCartoon, será inaugurada também amanhã, pelas 22h30, uma exposição de autor do belga Ludo Goderis, vencedor do Prémio Público 2006. São cerca de 100 os cartoons que compõem a exibição, intitulada «O Humor de Ludo Goderis» que estará patente no centro comercial Dolce Vita, até ao final do mês de Julho. Uma iniciativa que vem no seguimento de outras que o museu realiza fora de portas e que Pedro Cardoso, director do centro comercial, espera que seja “o primeiro de outros eventos, visto que sempre nos preocupámos com a questão cultural e temos apostado numa galeria de arte”.
Outra mostra a inaugurar será a de Marlene Pohle, membro do júri e presidente da Federation of Cartoonists Organizations (FECO). Sob a temática do «Tango», a cartunista reúne numa das salas do museu trinta desenhos sobre esta dança ‘caliente’ da Argentina, o seu país de origem.
No vasto programa que pauta esta edição, um dos pontos altos centra-se na instalação dos artistas plásticos Eduardo Ferreira Grosso (Brasil) e Acácio Carvalho (Portugal) [ver caixa], além da realização, pelo segundo ano consecutivo, da Festa da Caricatura que trará à Praça da Liberdade os artistas nacionais e estrangeiros no fim-de-semana. Esta é uma iniciativa organizada em parceria com a Porto Lazer e a Câmara Municipal do Porto.

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A visão brasileira
Eduardo Ferreira Grosso e Acácio de Carvalho apresentam uma instalação que tem por base a fuga de D. João VI com a corte para o Rio de Janeiro, a 29 de Novembro de 1807, mostrando as duas visões do acontecimento. Em conversa com o JANEIRO, o artista brasileiro explicou o seu lado desta criação, «Portugal-Brasil: a fuga do sucesso», que tem como pano de fundo um painel que “pretende reproduzir a ideia de um cartão postal antigo, onde se pode imaginar como foi a chegada dos portugueses à Baía de Guanabara”. Para complementar este fundo, o autor fez 200 desenhos que se relacionam com a passagem de dois séculos sobre este episódio histórico. “São caricaturas de figuras importantes como o próprio rei, a sua esposa Carlota Joaquina, a mãe D. Maria, além de outras mais populares de negros, índios, portugueses, utensílios domésticos, vegetação, animais e frutos”, explicou o autor. E acrescenta: “Os desenhos vão compor este grande mural que penso que é o resgate de uma memória e até da própria visão que o estrangeiro tem quando chega ao Brasil: o tropical, o paraíso, o verde e amarelo”. Do outro lado estará a visão portuguesa da fuga às tropas francesas que será um pouco mais sombria do que a visão iluminada de Eduardo.

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Festival temático
A grande particularidade do PortoCartoon, cuja edição deste ano superou anteriores edições em quantidade e qualidade face aos trabalhos apresentados, está no facto de ser um festival temático, o que segundo o director do museu, “permite uma mobilização dos cartunistas para a reflexão dos grandes problemas da actualidade, não apelando por isso à gaveta”. Ontem, durante a pré-visita à exposição, Luís Humberto Marcos sublinhou que o IX PortoCartoon fica também marcado “pela inovação dos materiais”, nomeadamente com um trabalho a linóleo e outro em lixa, além da “total liberdade” com que os cartoons são recebidos pelo júri “sem passar por qualquer crivo editorial”. Uma vez mais, o director enalteceu a importância do humor “como arma de reflexão e de interpretação da realidade”.

lido, ontem, no Primeiro de Janeiro


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