cinemas Medeia Porto, programação 12 a 18 Julho
Com a saga a chegar ao fim (o último livro estará à venda dentro de poucos dias), chega também a estreia mundial do novo filme do mais famoso dos heróis-dos-últimos-anos-à-escala-global. HARRY POTTER E A ORDEM DA FÉNIX traz-nos o jovem feiticeiro em plena adolescência, a assumir as suas qualidades de líder, no quinto ano da esclola de feitiçaria.
Em cartaz continuam algumas das obras-primas do cinema mais recente. BELLE TOUJOURS, homenagem de Oliveira a Buñuel, é «um pequeno oásis de liberdade» (João Lopes, DN). STILL LIFE/NATUREZA MORTA, Leão de Ouro no último festival de Veneza, é o retrato da China em mudança.
LADY CHATTERLEY, de Pascale Ferran, é a mais brilhante adaptação de D. H. Lawrence ao cinema. Há ainda SHREK, O TERCEIRO, a animação que veio revolucionar imaginário dos contos infantis.
No Teatro do Campo Alegre continua o ciclo UM ANO DE CINEMA (S). Por um preço reduzido, pode ver esta semana o polémico O PARAÍSO, AGORA!, de Hanny Abu Assad,o belíssimo e inquietante OS AMANTES REGULARES, revisitação do Maio de 68 por Phillipe Garrel, ou UMA FAMÍLIA À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS,um dos filmes mais surpreendentes do cinema indy americano do último ano.
Na próxima semana há um novo Tarantino. Á PROVA DE MORTE.
Medeia
Filmes_Porto
programação 12 a 18
Julho
Cinemas Cidade do
Porto
parque grátis, todos os dias, das 20h às
2h
estreia
HARRY POTTER E A ORDEM DA
FÉNIX > de Peter
Yates
todos os dias às 14h00_16h40_19h20_22h
continuam
LADY CHATTERLEY > de Pascale Ferran
todos os dias às 14h45_18h_21h30
{em exclusivo neste cinema}
BELLE TOUJOURS > de Manoel de
Oliveira
todos os dias às 14h30_17h05_19h_21h40 {em exclusivo neste
cinema}
STILL LIFE/NATUREZA MORTA >
de Jia
Zhang Ke
todos os dias às
19h40_21h50 {em exclusivo neste cinema}
SHREK, O TERCEIRO > de Chris Miller e Raman
Hui
todos os dias às 13h40_15h40_17h40 {versão falada em
português}
Teatro do Campo Alegre
ciclo UM ANO DE CINEMA (S)
quin, 12 Julho, VOLVER > de Pedro Almodóvar
sex, 13 Julho, BRISA DE MUDANÇA > de Ken Loach
sáb, 14 Julho, SONHAR COM XANGAI > de Wang Xiaoshuai
dom, 15 Julho, OS AMANTES REGULARES > de Philippe Garrel
seg, 16 Julho, 98 OCTANAS > de Fernando Lopes
ter, 17 Julho, O PARAÍSO, AGORA! > de Hanny Abu-Assad
qua, 18 de Julho, UMA FAMÍLIA À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS, de Jonathan Dayton e Valerie Faris
todos os dias às 18h30_22h
{BILHETES A 3,50 EUROS}
HARRY POTTER E A ORDEM
DA
FÉNIX > David
Yates com Daniel Radcliffe, Emma Watson,
Ralph Fiennes, Ema Thompson O tempo voou
e [Harry Potter] é, agora, um adolescente, mais consciente das suas
extraordinárias capacidades de feiticeiro mas também mais inseguro. Alguma coisa
mudou, ele pressente essa mudança mas está longe de imaginar que o quinto ano na
escola de feitiçaria vai ser o mais difícil. Vítor
Moura, Visão
A batalha
entre Cornelius Fudge e Dumbledore é muito inspirada no mundo real, na ideia de
que alguém que está no poder nega totalmente a realidade de uma situação, e
ainda trata de dar ao mundo dos feiticeiros uma falsa sensação de Segurança.
Harry [Potter] representa a maioria das pessoas: não encontra nenhuma lógica nas
acções do governo, e ainda sente que não tem poder para fazer nada a
respeito. o
actor Daniel Radcliffe, Première
BELLE TOUJOURS > Manoel de Oliveira
com Michel Piccoli, Bulle Ogier, Ricardo Trêpa
Festival de Veneza 2006 > Selecção Oficial Fora de Competição
Belle Toujours, título enigmático que, emergindo de uma homenagem ao cinema de Luis Buñuel ( e, mais precisamente ao seu muito amado Belle de Jour, de que o filme de Oliveira é uma espécie de “continuidade”), acaba por se transformar numa homenagem ao próprio cinema, quando nascido de uma matriz artística e da liberdade criativa que ela convoca e exige. [...] Oliveira faz-nos voltar a sentir as enormes qualidades de um cinema de autor: grandioso, exigente, moderno, sofisticado e, sobretudo, mundial e intemporal. [... Um] filme absolutamente magistral.
João Mário Grilo, Visão
Neste seu novo filme, mais do que uma homenagem o que Oliveira faz é uma reflexão sobre o fim e os mistérios indizíveis. Um fim de novo em "suspenso", como em todos os "divertimentos", formando um par com Vou Para Casa, nessas reflexões sobre o fim. Um olhar sereno e irónico, como o de todos os grandes cineastas na "velhice".
Manuel Cintra Ferreira, Expresso ****
Do rigor da mise-en-scène à absoluta perfeição de cada plano, o filme de Oliveira é uma obra-prima.
Rodrigues da Silva, JL
STILL LIFE/NATUREZA MORTA > Jia Zhang Ke
com Zhao Tao, Han Sanming, Hog Wei Wang
Festival de Veneza 2006 > Leão de Ouro (Melhor
Filme)
Não
é um acaso esta associação à pintura ou a termos pictóricos: Still Life/Natureza
Morta é como se Jia, perante o iminente afogamento de uma cidade, se dispusesse
a retratá-la repetindo o gesto ao mesmo tempo sereno e rudimentar mas também
angustiadamente (ou convictamente) "pré-fotográfico" com que, noutros séculos,
pintores fixaram paisagens que tinham à frente. [...] Natureza Morta pertence a
essa família do cinema contemporâneo e moderno que tomou como prioridade fazer
um trabalho de memória e de testemunho: filmar o que está condenado, filmar o
que vai desaparecer. Luís
Miguel Oliveira, Público **** Still
Life e Dong [documentário de Jia Zhang Ke com o pintor Liu Xiaodong] são o
resultado de uma evolução artística sem paralelo nos últimos dez anos, um
gesto estético que concentra pelo cinema, e com toda a nobreza que ele permite,
a história contemporânea de um país inteiro. Francisco
Ferreira, Expresso *****
É
um filme pungente como um pranto poético, muito belo, que preenche de emoções o
fim de uma cidade demolida e submersa para sempre, de pessoas perdidas e
reencontradas. La
Stampa
LADY
CHATTERLEY > Pascale
Ferran com Marina Hands, Jean-Louis
Coulloch'h Césares do Cinema Francês > Melhor Filme, Melhor
Actriz, Melhor Argumento Adaptado, Melhor Fotografia, Melhor
Guarda-Roupa Prémio Louis
Delluc
Pascale Ferran foi aplaudida de pé em Berlim após a exibição de um
dos mais belos filmes de 2006, LADY CHATTERLEY, baseado no romance de
D.H.Lawrence. A sensualidade e o erotismo da relação proibida da personagem são
uma inspiração inesgotável para Pascale Ferran, cineasta atenta aos mais ínfimos
detalhes, em resposta ao puritanismo. É uma obra-prima absoluta. Traz-nos
uma actriz, Marina Hands, em estado de graça. Francisco Ferreira, Expresso
***** Adaptado várias vezes ao cinema, "O Amante de Lady Chatterley"
encontra agora a sua melhor transposição. Pedro Mexia, Público Este filme livre aponta ao coração, e ao corpo, varrendo os tabus
desse tempo sem violência, semelhante ao vento que acaricia as árvores para as
fazer inclinar, sem as partir. Alain Spira, Paris Match Pascale Ferran devolve ao romance o seu alcance subversivo. É um
filme raro.
SHREK, O TERCEIRO /
SHREK THE THIRD > Chris Miller e Raman
Hui
Bom, mesmo bom, é abrir olhos e ouvidos e aceder a este Shreck, O Terceiro. A animação continua exímia, mas é no enredo, no desenvolvimento das situações, que a fita ganha a parada.
Jorge Leitão Ramos, Expresso ****
ciclo UM ANO DE CINEMA (S)
VOLVER/VOLTAR > Pedro
Almodóvar Estamos no melhor de Almodóvar: o melodrama, com
sexo e incesto, misturado com o humor negro [e] uma sensualidade que contamina
os espectadores. Manuel Cintra Ferreira,
Expresso BRISA
DE MUDANÇA > Ken
Loach BRISA DE MUDANÇA conta a história da
independência da Irlanda e da guerra civil que estalou na década de 20 e criou
uma grave crise social. Um filme que nos dá uma notável lição de
história e de cinema, [...] que expõe claramente as contradições e o que se joga naquele
combate sangrento, sem qualquer demagogia, e onde os elementos cinematográficos
estão ao serviço da narrativa, nunca se sobrepondo a ela. Uma justíssima Palma
de Ouro no Festival de Cannes. Manuel Cintra Ferreira,
Expresso SONHAR
COM XANGAI > Wang
Xiaoshuai O verdadeiro coração do filme é o de uma
tragédia juvenil, completa com histórias de bandos rivais e amores não
autorizados, e contada com a delicadeza de quem parte do seu "Romeu e Julieta",
passa pelos "filmes de rebeldes" (os americanos, que conhecemos, e os chineses,
que o filme nos mostra), e acaba num "east side story" alimentado a pop
electrónica de época. É simples, é discreto, não força a caricatura (belíssimas,
as cenas das festas nos barracões) e tem o pudor suficiente para não empurrar
nada para cima do espectador (muito bom, o derradeiro
plano). Luís Miguel Oliveira,
Público OS
AMANTES REGULARES > Philippe
Garrel Os heróis do Maio de 68, tempo suspenso entre
dois parêntesis, nunca foram tão românticos, tão incandescentes como aqui. [Mas]
Os Amantes Regulares conta o princípio, o meio e o fim de uma história de amor.
Uma história que não quer deixar de ser um sonho, como o
cinema. Francisco Ferreira,
Expresso 98
OCTANAS > Fernando
Lopes 98 Octanas é o símbolo do Portugal moderno - lá
estão as auto-estradas e as paisagens quase americanas -, ao qual falta o rumo.
Belarmino, o pugilista, não está assim tão longe: a ditadura era concreta: o mal
contemporâneo é abstracto e indefinível. A fotografia, de Edmundo Diaz, é excelente. A
música, de Bernardo Sassetti, é arrasadora e
comovente. Torcato Sepúlveda, Notícias
Sábado O PARAÍSO, AGORA! > Hany Abu-Assad
[O
Paraíso, Agora!] é uma obra de excepcionais qualidades cinematográficas porque
não tem medo de enfrentar a verdade. Que entre muitas é esta: o Homem é uma
bomba - seja qual for o seu lado da barricada. Que os palestinianos só disponham
do corpo para combater a ocupação e que os israelitas saibam empregar força
militar maior é só um pormenor de organização económica e comercial - mas nunca
um nivelador de liberdade. José
Miguel Gaspar, Jornal de Notícias UMA FAMÍLIA À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS > Jonathan Dayton e
Valery Faris O
que fez o sucesso deste filme? Antes de mais a frescura e irreverência do
argumento [...] a viagem é simultaneamente iniciática e de transformação dos que
a fazem, neste caso uma família disfuncional que se vai reencontrar ao fim de
uma série de peripécias que acompanham a viagem que fazem até à Califórnia para
levarem a filha a um concurso de beleza infantil. [...] A provocação e o humor
estão quase sempre no primeiro plano, envolvendo um conjunto de personagens
originais entregues a um grupo de intérpretes de eleição. Manuel
Cintra Ferreira, Expresso