cinemas Medeia Porto, programação 20 a 26 Setembro

19 septembre 2007

cinemas Medeia Porto, programação 20 a 26 Setembro

O regresso às aulas é... no Cidade do Porto. Jovens do secundário vivem um choque geracional, num filme afectivo e pop, com ecos de Nicholas Ray. É O CAPACETE DOURADO, longa-metragem de Jorge Cramez sobre a «angústia teen» no início do século XXI.

Chega ao fim a saga do agente secreto Jason Bourne (Matt Damon), que revolucionou o cinema de espiões. ULTIMATO estreia esta quinta-feira, no Cidade do Porto.

Em cartaz, continuam: 2 DIAS EM PARIS, comédia deliciosa com «auto-retrato» de Julie Delpy; FACTORY GIRL, com Sienna Miller no papel de Edie Sedgwick, a musa da Factory de Andy Warhol; RATATUI, «provavelmente» uma das melhores animações da Pixar.

No Teatro do Campo Alegre, soma e segue o ciclo UM ANO DE CINEMA (S) - pode ver 7 dos melhores filmes do último ano, ao preço reduzido de 3,5 euros o bilhete.

São 13 boas razões para vir aos nossos cinemas.

Medeia Filmes_Porto
programação 20 a 26 Setembro

Cinemas Cidade do Porto
parque grátis, todos os dias, das 20h às 2h

estreiam

O CAPACETE DOURADO > de Jorge Cramez

todos os dias às 14h_15h50_17h40_19h40_21h40

{em exclusivo neste cinema}

ULTIMATO > de Paul Greengrass

todos os dias às 14h30_17h_19h30_22h

continuam

2 DIAS EM PARIS > de Julie Delpy

todos os dias às 14h20_16h50_19h20_21h50

FACTORY GIRL / QUANDO EDIE CONHECEU WARHOL > de George Hickenlooper

todos os dias às 16h30_19h_21h30

{em exclusivo neste cinema}

RATATUI > de Brad Bird

todos os dias às 14h05

{versão falada em Português}

Teatro do Campo Alegre

ciclo UM ANO DE CINEMA(S)

qui, 20 Set, PARIS JE T'AIME > Olivier Assayas, Gus Van Sant, Isabel Coixet et all

sex, 21 Set, CARTAS DE IWO JIMA > Clint Eastwood

sáb, 22 Set, LIVRO NEGRO > Paul Verhoeven

dom, 23 Set, OS ANJOS EXTERMINADORES > Jean-Claude Brisseau

seg, 24 Set, O BOM PASTOR > Robert De Niro

ter, 25 Set, O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA > Kevin McDonald

qua, 26 Set, O CAIMÃO > Nanni Moretti

sessões às 18h30_22h

{bilhetes a 3,5 euros}

O CAPACETE DOURADO > Jorge Cramez

com Eduardo Frazão, Ana Moreira, Rogério Samora, Rita Blanco

Festival de Locarno 2007 > Selecção Oficial, em Competição

Jota, "wild motard" e trânsfuga no liceu, vive o negro das suas noites "Nicholas Ray" com os amigos, a "abrir com a moto" e a desafiar o perigo, ou a levar o perigo aos outros. Joga "snooker", consola de jogos, vai à pesca… e quando conhece Margarida apaixona-se por ela. A partir de uma certa altura começa tudo a gravitar em torno daquele capacete dourado: o amor, a desilusão, a vingança, o choque entre pais e filhos, o mistério de pequenos crimes.

Raras vezes vimos, sobretudo em Portugal, um filme tão honesto a dirigir-se à angústia "teen", humana e criativamente, na ambição e na surpresa dos enquadramentos, nos "travellings" que antecedem ou fecham as cenas, nos diálogos improvisados pelos actores. Há aqui um "saber estar" que, sem perder um grama de intensidade, afasta-se do lado mais sombrio do cinema português, sem nada ficar a dever a naturalismos de ficção ligeira. Ficar à altura destes rebeldes sem causa, misturar o cinema e a vida sem que nenhum dos dois se compartimente ou torne inferior ao outro – eis o triunfo da grande surpresa deste Verão.

Francisco Ferreira, Expresso

Eu tentei o mais fielmente possível representar os jovens portugueses. Tendo tido eu mesmo essa idade, tentei dar às personagens do filme características e problemas das minhas próprias experiências e dos meus amigos que tinham todos entre vinte e vinte cinco anos.

Todas as dificuldades e frustrações com que nos deparámos no trabalho, durante os estudos ou no plano afectivo ajudaram-me bastante na direcção dos actores. Eu queria mostrar esta idade como crescer e lembrar a delicada transição. Este filme traduz a realidade, sobre a vida de todos os dias. As personagens experimentam livremente, dentro de uma linguagem familiar. Os seus gestos, muito naturais, seguem essa mesma lógica.

Jorge Cramez, ao jornal Pardo News

www.clapfilmes.pt/ocapacetedourado

ULTIMATO / THE BOURNE ULTIMATUM > Paul Greengrass

com Matt Damon, Julia Stiles, Paddy Considine, Daniel Brühl

Depois de Identidade desconhecida e Supremacia, Matt Damon está de regresso ao grande ecrã para a terceira e talvez última sequela da série Bourne. Desta feita, o herói dos tempos modernos, Jason Bourne, passa de Moscovo para Paris, Londres e até Tânger, a um ritmo frenético capturado pelo talento único do realizador Paul Greengrass. Depois de tentar desaparecer para o mundo, um artigo publicado no jornal britânico "The Guardian" torna a colocar Bourne no centro das prioridades da CIA, mas nem a mais avançada tecnologia é suficiente para travar o intrépido agente. [...] O estilo documental do filme traz também uma dimensão mais realista a uma história que nada deixa a desejar. Até os mais extravagantes detalhes são baseados na realidade de espionagem norte-americana. "O Echelon - que segue milhões de conversas telefónicas ao mesmo tempo para detectar actividades suspeitas - é um programa real levado a cabo pelos governos britânico e norte-americano. Além disso, quando pensei na possibilidade de a CIA ter acesso às câmaras de segurança da estação de comboios de Waterloo, todos pensaram ser impossível. Acontece, no entanto, que é um sistema que actualmente está em prática na estação", explicou Greengrass em conferência de Imprensa. "Jason Bourne não é um personagem fantasioso, ele é um homem real num ambiente contemporâneo e a história poderia ser retirada de um jornal de amanhã". Foram essas mesmas características que levaram o realizador de "United 93" a aceitar o desafio.

Rita Jordão, Jornal de Notícias

www.thebourneultimatum.com

2 DIAS EM PARIS / 2 DAYS IN PARIS > Julie Delpy

com Julie Delpy, Adam Goldberg, Daniel Brühl

Berlim 2007 > Secção Panorama

Actriz parisiense, mas dividindo o seu tempo entre a terra natal e os EUA - e entre a representação, a escrita e a realização -, Julie Delpy percorre o território dos filmes que mais a popularizaram, Antes do Amanhecer e Antes do Anoitecer, passeando a sua graça, inteligência e sensibilidade atrás e à frente da câmara.

João Antunes, Jornal de Notícias

Julie Delpy assina um auto-retrato adorável.

Les Inrockuptibles

www.2daysinparisthefilm.com

FACTORY GIRL - QUANDO EDIE CONHECEU WARHOL > George Hickenlooper

com Sienna Miller, Guy Pearce; Hayden Christensen

Anos 60. A ambiciosa Edie Sedgwick (Sienna Miller) chega a Nova Iorque e conhece Andy Warhol (Guy Pearce) - que vê na beleza e no carisma da jovem potencial para fazer dela a sua musa.

Warhol convida Edie para se juntar à Factory – uma fábrica desmantelada transformada num paraíso boémio, local de encontro de poetas, actores, pintores e todo o tipo de artistas.

Local de trabalho durante o dia, palco das mais glamorosas festas da cidade à noite, a Factory é o centro de um emergente universo de arte pop onde não faltam sexo, drogas e rock ‘n’ roll.

Rapidamente Edie se torna a estrela dos filmes de Warhol, um ídolo dentro da Factory e a menina bonita da comunicação social. Edie está no auge e vive o sonho de todas as jovens. Até que conhece uma estrela rock (Hayden Christensen)… e se vê tragicamente dividida entre o mundo de Warhol e o do seu mais recente amor.

estreiaonline

www.factorygirlmovie.net

RATATUI / RATATUILLE > Brad Bird

Provavelmente, nunca a Pixar fez um filme que, para além da sua maravilhosa animação digital, fosse tão complexo nos temas e emoções que coloca em jogo e, nessa medida, tão subtilmente adulto.

João Lopes, Sound + Vision

Outra pequena jóia de humor e imaginação da Pixar.

Manuel Cintra Ferreira, Expresso

disney.go.com/disneypictures/ratatouille

ciclo UM ANO DE CINEMA(S)

PARIS JE T'AIME > Olivier Assayas, Gus Van Sant, Isabel Coixet et all

Com duas dezenas de cineastas de vários continentes, acima de tudo, fica o sentimento de um genuíno desejo de romanesco, ou seja, desses momentos em que verdade e romance parecem unir-se — neste caso sob o signo de uma ambiência urbana muito particular, algures entre a crueza realista e o apelo visionário.

João Lopes, cinema 2000

CARTAS DE IWO JIMA > Clint Eastwood

É uma obra-prima absoluta. Perdê-lo é perder um dos filmes maiores de 2007.

Jorge Mourinha, Público

Eastwood surpreende os dois lados em confronto irmanados num mesmo sentimento, súbito e fundo, os inimigos mais próximos do que alguma vez estiveram e voltarão a estar. É como se Akira Kurosawa, esse humanista que filmava homens violentos e em conflito como poucos, tivesse incarnado brevemente no realizador de Imperdoável.

Eurico de Barros, Diário de Notícias, 6ª

LIVRO NEGRO > Paul Verhoeven

[Paul Verhoeven] regressa às raízes holandesas com “Zwartboek”, um filme inspirado em eventos reais que se debruça sobre o vasto limbo de nuances morais que, por via da guerra, se estende entre as definições de bem e mal (um exemplo disso é o do advogado Wim Smaal/Dolf DeVries que negoceia com os nazis pela libertação de prisioneiros da resistência). [...]Misturando o político e o pessoal, testam-se amizades e lealdades face a interesses pessoais e ao instinto de sobrevivência. O bem e o mal mostram-se exteriores aos actos, que podem ser ambas as coisas dependendo de quem os vê e desde que lugar. Neste jogo duplo, o sexo é usado como moeda de troca e como forma de poder.

Cinerama

OS ANJOS EXTERMINADORES > Jean-Claude Brisseau

O que extermina no filme de Brisseau, o que coloca em perigo François, é o tabu do sexo que aquele realizador quer ousar pôr em causa e, pior ainda, em cena, tal como Santo Agostinho ousou pôr em causa as Escrituras. Um tabu que se julga ultrapassado, embora há séculos profundamente enterrado no sentimento de culpa do homem e que só um «voyeur» sem medo não teme.

Francisco Ferreira, Expresso

O BOM PASTOR > Robert De Niro

Viagem [cheia de sedução e contagiante energia] aos tempos da Guerra Fria que se transforma numa fábula cruel sobre as relações entre pais e filhos.

João Lopes, Diário de Notícias, 6ª

O ÚLTIMO REI DA ESCÓCIA > Kevin McDonald

O filme de Kevin Macdonald merece todos os elogios que lhe são tecidos, [e é] principalmente muito bem interpretado [valeu vários prémios a Forest Whitaker, entre eles o Óscar de Melhor Actor].

Nos anos 70, o Uganda estava mergulhado numa crise devido ao aproveitamento político por parte dos governantes para enriquecerem, deixando a população à sua mercê. Com a ajuda dos ingleses, Idi Amin (Forest Whitaker) sobe ao poder. Embora com fortes convicções e ideais para melhorar o seu país, Amin sofre de alguma indecisão e o seu comportamento é algo infantil para uma pessoa no seu posto. Quando sofre um acidente de viação, conhece Nicholas Garrigan (James McAvoy), um médico escocês que quer fazer a diferença em África, tomando-o como seu protegido e mantendo-o a seu lado para o ajudar nas suas decisões estatais. Mas o comportamento perigoso de Amin, deixa Garrigan muito apreensivo e este tenta deixar o país. Mas não será assim tão simples pois Amin não está disposto a deixá-lo partir.

Mais do que um simples relato histórico de uma pessoa, The Last King of Scotland conta-nos a história de um povo oprimido e enganado.

emcena.com

O CAIMÃO > Nanni Moretti

É um filme maravilhoso (sim, tenho cuidado com as palavras), um filme brilhante (pois, já sei, os excessos não caem bem), um filme realmente (perdoem-me a italianada) grandíssimo. [...] É indispensável ver O Caimão. É o filme mais livre e mais vivo nas nossas salas, desde há muito, muito tempo.

Jacinto Lucas Pires, Diário de Notícias

Na história global do cinema, O Caimão é uma daquelas preciosidades, cada vez mais raras, que nos permitem compreender que o cinema pode ser o instrumento privilegiado de uma obstinada paixão pelo real. [... o filme é uma comédia] das mais surpreendentes, rigorosas e inteligentes que o cinema nos deu nos últimos anos - uma obra-prima nascida de um olhar de inquieta liberdade.

João Lopes, DN, 6ª