cinemas Medeia Porto, programação 27 Dezembro a 2 Janeiro
Intelectuais respeitados já lhe chamaram «um monumento». Alguns críticos dizem que tem «tem aquele "algo" de que se fazem as estrelas de cinema» e evocam Ava Gardner ou Sophia Loren. É Soraia Chaves, em prova de fogo no novo filme de António Pedro Vasconcelos, CALL GIRL, que no entender de Jorge Leitão Ramos [Expresso] é «o filme mais sensual de todo o cinema português e um retrato impiedoso e cínico do nosso mundo». Estreia esta quinta-feira,
nos cinemas Cidade do Porto.
O percurso de um dos maiores cineastas do nosso tempo, David Lynch, iniciava-se há 30 anos com uma longa metragem que viria a tornar-se objecto de culto. Falamos de ERASERHEAD, «uma experiência cinematográfica única» que agora é reposto, em cópia nova, no Teatro do Campo Alegre.
Em cartaz continuam alguns dos que foram considerados entre os melhores filmes do ano que agora chega ao fim: PARANOID PARK, de Gus Van Sant, «estado de espírito "teen", terno e trágico» [Expresso]; PROMESSAS PERIGOSAS / EASTERN PROMISES, de David Cronenberg, « thriller policial em território perigoso» [Tiago Alves, JN]; ESTRELA SOLITÁRIA , de Wim Wenders, «um grande filme, algures, se possível, entre John Ford e Edward Hopper.» [João Antunes, JN]; BEE MOVIE / A HISTÓRIA DE UMA ABELHA, a grande animação deste Natal, um projecto de ferrão bem afiado, de Jerry Seinfeld.
Tenha um ano de 2008 em grande|
Medeia Filmes_Porto
programação 27 Dezembro a 2
Janeiro
Cinemas Cidade do Porto
parque
grátis, todos os dias, a partir das 19h
estreia
CALL
GIRL > de António
Pedro Vasconcelos
sessões às 13h45_16h30_19h15_22h*
*dia 31 > 13h45_16h30_19h15
continuam
ESTRELA
SOLITÁRIA > de Wim Wenders
sessões às 16h40_21h30*
{em exclusivo neste cinema}
*dia 31 > 16h40
sessões às 14h30_16h50_19h20_21h40*
em complemento, PORCA
MISÉRIA, de Joaquim Pinto e Nuno Leonel
{em exclusivo, neste
cinema}
*dia 31 > 14h30_16h50_19h20
PROMESSAS PERIGOSAS > de David Cronenberg
sessões às 14h20_19h10
BEE MOVIE / A HISTÓRIA DE UMA
ABELHA > de Steve Hickner e Simon J. Smith
sessões às 14h_16h_18h_19h50_21h50*
{VERSÃO FALADA EM PORTUGUÊS}
*dia 31 > 14h_16h_18h_19h50
Teatro do Campo
Alegre
estreia
ERASERHEAD > de David Lynch
sessões às
18h30_22h*
{em exclusivo, neste
cinema}
*encerra nos dias 31 Dezembro e 1 Janeiro
CALL GIRL > António Pedro Vasconcelos
O cartaz era excelente, o «trailer» apelativo, mas Call Girl
excede as expectativas. É que o filme mais sensual de todo o cinema português é
muito mais do que isso: é um retrato impiedoso e cínico deste nosso mundo, pondo
o cinema português a falar de pessoas e de situações que sentimos existirem aí,
na cidade, no país. Jorge Leitão Ramos,
Expresso É inegável que a actriz de "Call Girl" veio para ficar. Mais do
que um corpo ou um rosto de enorme beleza, o que todos lhe reconhecem, Soraia
Chaves tem aquele "algo" de que se fazem as estrelas de cinema. Muito por culpa
do nosso cinzentismo habitual e de não sermos dados a grandes entusiasmos no que
diz respeito ao cinema português, não são muito frequentes as estrelas de
cinema, entre nós, no sentido que os americanos tiveram uma Ava Gardner ou os
italianos uma Sophia Loren. E não é em vão que se invocam estes dois grandes
"animais" da tela, ao falar de Soraia Chaves, apesar de António-Pedro
Vasconcelos, por vocação cinéfila, insistir em transformá-la numa actriz
hitchcockiana. João Antunes, Jornal de
Notícias
ERASERHEAD > David Lynch 30
anos após a sua estreia, Eraserhead (1977) é reposto nas salas portuguesas, em
cópia nova. David Lynch, o seu autor, tinha então 31 anos mas iniciara o
trabalho no filme com apenas 26. Partindo de um guião de 21 páginas, escrito
como uma espécie de "poema livre", Eraserhead [...] viria a tornar-se objecto de
culto, revelando-se também como uma obra seminal no percurso artístico de Lynch.
Apesar de o cineasta haver realizado anteriormente algumas curtas-metragens,
Eraserhead é o filme em que Lynch lança as raízes da sua idiossincrática
linguagem, que lhe granjearia a fama de mestre do bizarro. É nele que o autor
pela primeira vez plasma com solidez o seu universo pessoalíssimo, espécie de
reino de sombras que procura expressar acima de tudo as profundezas do mar do
inconsciente onde se esconde o gigantesco icebergue do ser, cuja ponta, a
consciência, é apenas a sua face visível. ESTRELA SOLITÁRIA / DON 'T COME
KNOCKING > Wim Wenders Festival de Cannes > Selecção Oficial em
Competição
A marca do melhor Wenders está nesta errância e nalgum conformismo
sobre o destino do cinema; a marca do melhor Shepard está na personalidade
fracturante da personagem principal. [...] Belíssimas sequências e diálogos,
cenários desolados, inspirados na pintura de Edward Hopper e dois regressos
mais, o de duas maravilhosas actrizes: Jessica Lange e Eva Marie Saint
(recordam-se dela, há meio século, a contracenar com James Dean, em A Leste do
Paraíso, e Marlon Brando, em Há Lodo no Cais?). Rodrigues da Silva,
JL Um grande filme, algures, se possível, entre John Ford e Edward
Hopper. João Antunes, JN Uma América profunda que já é praticamente cenário de narrativas
perdidas. [...] Longe vão os tempos de Paris, Texas, mas a cumplicidade entre
Wenders e Shepard ainda nos aquece o coração. J.L.R., Expresso
com Soraia Chaves, Nicolau Breiner, Joaquim de Almeida, Ivo
Canelas
com Jack Nance, Charlotte Stewart, Allen
Joseph
Eraserhead é um filme
originalíssimo, de uma beleza radical, saturniana e abstracta.
Nuno
Carvalho, Diário de Notícias *****
Lynch iniciava, aqui, uma
démarche que o iria incluir na galeria dos maiores criadores de formas da
produção contemporânea.
[...]Trata-se de uma história de um realismo cru e,
ao mesmo tempo, de uma aventura interior transfigurada em cenários de fascinante
imponderabilidade - penetrar em Eraserhead é, de facto, entrar num país novo
cujo mapa foi desenhado pelo próprio Lynch.
João Lopes,
Sound+Vision
Começou aqui uma das mais belas aventuras do cinema
americano dos últimos 30 anos.
V.B.M, Expresso
****
com Sam Shepard,
Jessica Lange, Tim Roth, Sarah Polley, Eva Marie
Saint
A HISTÓRIA DE UMA ABELHA / BEE MOVIE > Steve Hickner e Simon J. Smith
Ao sair da colmeia, a abelha Barry é salva por Vanessa, uma florista de Nova Iorque. A amizade entre ambos vai crescendo e os olhos de Barry abrem-se para o mundo dos humanos, descobrindo que as pessoas que comem o mel têm um papel decisivo no consumo em larga escala. Munido desta informação, Barry apercebe-se da sua verdadeira missão na vida e decide processar a raça humana por roubar o mel às abelhas.
Este filme de animação, dos mesmos criadores de «Shrek» e «Madagáscar» [e um projecto de Jerry Seinfeld apadrinhado por Steven Spielberg] é uma boa opção para as famílias, e conquistou os norte-americanos logo na semana de estreia, tendo alcançado o primeiro lugar dos filmes mais vistos.
O Primeiro de Janeiro
PARANOID
PARK > Gus Van
Sant
com Gabe Nevins, Daniel Liu
Cannes 2007,
Prémio do 60º Aniversário
Gus van Sant não teme a experimentação, a
montagem sincopada, a manipulação de opções técnicas cinematograficamente
perigosas, como os ralentis, mas tudo é belo, a tensão entre os planos nunca se
perde. Paranoid Park é um estado de espírito «teen», tão terno e tão trágico
como esse período da vida em que a revolta e a dúvida são sempre mais fortes do
que a razão. Os heróis do filme, na sua pose anti-dramática, são para já as
personagens mais cativantes deste
Festival.
Expresso
Gus Van Sant consegue focar um retrato da maturação emocional de um adolescente.
Tiago Alves, Visão
O espectador é permanentemente estimulado.
Vasco Câmara Público ****
Sinceramente, Paranoid Park é já candidato a melhor filme do ano.
Daniel Ribas, O Primeiro de Janeiro
Antes do filme de Gus, é exibida uma belíssima curta de animação de quatro minutos, Porca Miséria, assinada por Joaquim Pinto e Nuno Leonel. A delicadeza do desenho animado e a violência da história daquele «moleque de rua» perdido na selva urbana oferecem a Paranoid Park um complemento oportuno.
Francisco Ferreira, Expresso *****
PROMESSAS PERIGOSAS /
EASTERN PROMISES > David
Cronenberg Festival de Toronto 2007,
Prémio do Público
com Viggo Mortensen, Naomi Watts, Vincent
Cassel
Há
uma verdade qualquer, nada evidente, na figura de Nikolai - e havemos de
persegui-la, o filme há-de persegui-la, numa espécie de inquérito determinado,
mesmo se não esperamos nunca que ele desate os nós, atalhe as veredas,
reconduza a paz ao universo. É esse o cerne da questão neste Promessas
Perigosas, é esse o elo de ligação ao «corpus« de Cronemberg, sempre à procura
do que não é evidente, do que está debaixo da pele, no fundo dos olhos, na
geografia escondida dos corpos. Jorge
Leitão Ramos, Expresso **** Cronenberg
concretiza, neste território improvável, um filme sobre uma questão central do
seu cinema: o par, o amor e a filiação. No caso concreto, o desamor. É a
complexidade genuína da natureza humana que emerge neste thriller policial em
território perigoso, já que expõe os códigos das máfias de Leste. Tiago
Alves, Jornal de Notícias
PRÓXIMAS ESTREIAS
LUZES NO CREPÚSCULO
> Aki Kaurismaki | CHARLIE WILSON'S WAR > Mike Nichols | IN THE
VALLEY OF ELAH > Paul Haggis | CASSANDRA'S DREAM > WOODY ALLEN | 4 MESES,
3 SEMANAS E 2 DIAS > Christian Mungiu | MY BLUEBERRY NIGHTS > Wong Kar Wai
| LUST, CAUTION > Ang Lee | THE HOTTEST STATE > Ethan
Hawk
DAQUI PRÁ FRENTE
> Catarina Ruivo | IMITAÇÃO DA VIDA > Douglas Sirk
www.medeiafilmes.pt
RESERVA DE BILHETES POR
TELEFONE: Cinemas Cidade do Porto 22 600 91 64
Teatro do Campo Alegre 22 606
30 00