Canalblog
Editer l'article Suivre ce blog Administration + Créer mon blog
Publicité
Agenda do Porto
30 janvier 2008

"Romulus e o Outro" no Teatro Carlos Alberto

“Muita gente quando vê um deficiente não sabe como tocar-lhe. Decidimos, por isso, começar por nos tocarmos.” Conhecido sobretudo como intérprete das criações da Companhia Paulo Ribeiro, Romulus Neagu apresenta assim o ponto de partida de O Ensaio de um Eros Possível, dueto entre o bailarino romeno e José António Correia, doente com paralisia cerebral. Profundamente interessado num “corpo humano, exposto e frágil”, Neagu tem desenvolvido nos últimos anos projectos na área da dança com grupos específicos, como idosos, imigrantes e pessoas com deficiências. Com A Invisibilidade das Pequenas Percepções, o coreógrafo aprofunda esse trabalho imensamente delicado e corajoso, promovendo agora o encontro no palco de um bailarino profissional, José António Correia, uma jovem proveniente de uma instituição de solidariedade social e o músico Ulrich Mitzlaff. Fruto de um longo trabalho que envolve a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral e instituições de acolhimento de menores da cidade de Viseu, esta nova criação toma de empréstimo elementos da psicologia e da psicoterapia, fazendo da dança uma transgressiva estratégia terapêutica, mas sobretudo um espaço efectivo – também afectivo – de encontro de corpos e identidades. A par deste díptico, o TeCA exibe um video-documentário que devolverá ao público a intensa experiência de criação de um destes objectos performativos, saudavelmente marginais na esfera da produção coreográfica nacional.

 

 

 

 

 

Teatro Carlos Alberto

[8 | 16 Fevereiro 2008]

 

Romulus e o Outro

 

[8 + 9 Fevereiro 2008]

sexta-feira e sábado 21:30

 

O Ensaio de um Eros Possível

concepção, direcção e espaço cénico Romulus Neagu

vídeo Paulo Américo

figurinos Paulo Guimarães

desenho de luz Cristóvão Cunha

 

interpretação José António Correia, Romulus Neagu

 

produção Companhia Paulo   Ribeiro

colaboração Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral – Núcleo de Viseu

 

estreia [28Abr06] Teatro Viriato (Viseu)

duração aproximada [40’]

classificação etária Para todos

 

 

[11 Fevereiro 2008]

segunda-feira 21:30

 

A Invisibilidade das Pequenas Percepções – Making of

video-documentário de Miguel Clara Vasconcelos

produção executiva Companhia Paulo Ribeiro

 

 

[15 + 16 Fevereiro 2008]

sexta-feira e sábado 21:30

 

Estreia absoluta

A Invisibilidade das Pequenas Percepções

concepção, direcção e espaço cénico Romulus Neagu

música (interpretada ao vivo) Ulrich Mitzlaff

vídeo Paulo Américo

figurinos Paulo Guimarães

desenho de luz Cristóvão Cunha

 

interpretação Ana Isabel Gomes, José António Correia, Romulus Neagu

 

co-produção Teatro Viriato, TNSJ

colaboração Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral – Núcleo de Viseu, Internato Viseense de Santa Teresinha

 

classificação etária Para todos

 

 

 

 

“Uma pausa para descansar, começar de novo ou esquecer-se de si”

 

Entrevista com Romulus Neagu.

Por Mónica Guerreiro.

 

Chegou a Portugal em 1998, para uma residência criativa, e por cá ficou, a convite de Paulo Ribeiro. Habituados a vê-lo como intérprete, poucos conhecem o seu percurso como coreógrafo. Como é que um bailarino clássico virtuoso, premiado, troca os êxitos de Bucareste pela vida calma de Viseu?

Durante muitos anos fui intérprete de dança clássica, trabalhava na Ópera Nacional de Bucareste e fazíamos um repertório de Giselles, Dom Quixotes e Belas Adormecidas. Ao mesmo tempo, também tinha uma pequena liberdade de coreografar, mas eram coisas pouco consistentes, ainda à procura de algo mais desafiante. Na minha evolução dentro das linguagens da dança, a chegada a Viseu mudou muita coisa. Deparo-me com uma comunidade de gente interessada em dançar, em ter aulas, mas sem qualquer treino. E cresceu em mim a necessidade de ir um pouco mais longe enquanto intérprete, na aquisição de uma outra linguagem coreográfica. Interessavam-me aquelas pessoas que tinham imensa apetência pela dança, porque os seus movimentos eram naturais, não eram controlados pela técnica. E eu achava-me cheio de vícios! Interessou-me explorar as possibilidades que esse gesto natural trazia.

 

A questão adensa-se quando decide trabalhar com pessoas com necessidades especiais. O Romulus foi buscar intérpretes amadores, mas de grupos específicos: idosos, imigrantes, pessoas portadoras de deficiência. Desenvolve aquilo a que se convencionou chamar de “dança na comunidade”…

Na verdade, a minha curiosidade passava por pesquisar outra linguagem coreográfica, outro tipo de fisicalidade, coisas muito diferentes daquilo a que – tantos anos ligado à técnica clássica! – estava habituado a fazer. Como é que se pode trabalhar com pessoas que têm uma limitação física? Como é que se pode extrair dança daqueles corpos? O Ensaio de Um Eros Possível apareceu assim. Não há intenções muito complexas, nem objectivos terapêuticos: apenas um intérprete à procura de uma coisa para desenvolver. E cheguei aí de uma forma pacífica. Comecei por fazer ateliers e workshops, por interagir com as pessoas dessa comunidade. Escolher uma delas para trabalhar comigo foi o passo seguinte. E posso dizer que, de certa forma, estes projectos ajudaram-me também a mim. Apesar de viver cá e falar a língua – estou integrado –, faltava-me conhecer essa outra parte.

 

Em O Ensaio de Um Eros Possível, a primeira impressão que temos é de um trabalho que contraria a sua natureza de bailarino virtuoso, já que tudo se passa no chão. Não existe a verticalidade que caracteriza a técnica clássica, o que deve ter sido um desafio…

Para mim, estar no chão não é nada natural. Mas para o José António também não. Passa muito tempo na cadeira de rodas, são os pés dele. Passámos por um processo de adaptação ao chão, e a nós próprios naquele contexto. Precisámos de encontrar esse lugar comum e comunicar num território neutro, nem meu nem dele. Descobrimos assim coisas novas, algumas, de certa forma, importadas do contact improvisation, outras das “técnicas de chão”, adaptadas à nossa situação e limitações. Este dueto, muito sensitivo, acabou por prescindir completamente da cadeira de rodas. Foi uma opção clara.

 

Para A Invisibilidade das Pequenas Percepções foi “recrutada” mais uma intérprete: Ana Isabel, uma estudante de 17 anos, que desde os quatro vive num internato. Um condicionalismo psicossocial, bem diferente da incapacidade física do José António. Nesta peça, a coreografia dos gestos simples revela-se no puxar, afagar, empurrar…

Tanto um como outro são privados de afecto. É essa a sua principal limitação e foi isso que tentei desenvolver como ideia fundamental do projecto. Estas pessoas estão numa viagem e fazem uma pausa para descansar, começar de novo ou esquecer-se de si. E a relação entre elas é de total necessidade: funcionam em conjunto, são um mecanismo, com base no afecto. Estes corpos têm necessidade de estar uns com os outros, de apoiar e ser apoiados. Aqui entra o pormenor do gesto, como motor e promotor do movimento. A intenção, o gesto e o movimento. Sempre na procura do outro.

 

 

Boletim de Assinaturas

 

Assinatura Fidelização Cartão TNSJ 

Cinco espectáculos da programação TNSJ/TeCA à escolha € 30* | Por cada espectáculo suplementar € 5 | Válida para aderentes ao Cartão TNSJ, cuja inscrição pode ser feita no momento da aquisição da assinatura

* Excepto Boca de Cena: Teatro-Jantar [Preço único € 20]

 

Espectáculos

O Café

Turismo Infinito

O Ensaio de um Eros Possível

A Invisibilidade das Pequenas Percepções

O Saque

Nenhures

Concerto de Primavera

 

 

Preço dos bilhetes

 

TeCA

Plateia  € 15,00

 

Condições especiais

Grupos (+20 pessoas) € 10,00 ; Escolas e Grupos de Teatro Amador € 5,00; Desconto 50%: Cartão Jovem e Estudante; Mais de 65 anos; Quinta-feira; Profissionais de Teatro; Preço Família (para agregados familiares compostos por três ou mais pessoas).

 

Reservas

Os bilhetes reservados deverão ser obrigatoriamente levantados num período máximo de cinco dias, após o qual serão automaticamente cancelados.

Quaisquer reservas deverão ser efectuadas e levantadas até dois dias antes da data do espectáculo.

Os bilhetes comprados pelo telefone, pagos através de cheque, podem ser levantados até à hora do espectáculo no posto de atendimento ou enviados para o domicílio (acrescido do valor dos portes de correio) até uma semana antes da data do espectáculo.

 

 

Ao abrigo dos protocolos celebrados com as instituições abaixo mencionadas, os seus associados, colaboradores, funcionários, utentes, alunos e corpo docente beneficiam de condições especiais de acesso aos espectáculos do TNSJ e TeCA.

 

UP – Universidade do Porto | Universidade Portucalense | PT Comunicações | CCILA – Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã | CCILF – Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa | CGTP/IN – Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses/Intersindical Nacional | STEC – Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos | Clube Millenium BCP | Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco BPI | SBN – Sindicato dos Bancários do Norte | SIPE – Sindicato Independente dos Professores e Educadores | CCDTSS – Centro de Cultura e Desporto dos Trabalhadores da Segurança Social do Porto | CCDTCMP – Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara Municipal do Porto | Fnac | Cooperativa Árvore | Livraria Poetria – Cartão Viver Poetria | APIGRAF – Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas, de Comunicação Visual e Transformadoras do Papel | Holmes Place | Grupo Premier | Sindicato dos Professores da Zona Norte | EXPONOR – Associação para a Feira Internacional do Porto | Metro do Porto (os portadores do cartão Andante Sénior têm vantagens exclusivas, com bilhetes a apenas três euros. 

 

 

Para mais informações contacte-nos através da linha grátis 800-10-8675 ou visite-nos em www.tnsj.pt

 

Publicité
Commentaires
Publicité
Derniers commentaires
Archives
Albums Photos
Publicité