Desvio TUTTI FRUTTI para toda a Família, de Mário Vitória
Datas: 05 Novembro a 06 Dezembro
Inauguração: 05 de Novembro, das 19.00 às 22.00h
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MÁRIO VITÓRIA
Nasceu em Coimbra, em 1983. Vive e
trabalha em Sheffield, Inglaterra.
Formação académica
2006/2009 - Discente do mestrado de Praticas e Teorias do Desenho na Faculdade de Belas Artes na Universidade do Porto.
2006/2007 - Curso de especialização em Práticas e Teorias do Desenho na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
2001/2006
- Curso Artes Plásticas – Pintura / Faculdade de Belas Artes da Universidade
do Porto.
Exposições e participações
Individuais:
2009 – Comunicação oral “laughter and violence in Contemporary Artistic Practices of Drawing”. - IJUP, 27 de Fevereiro de 2009, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
2008 - Sheffield, Bloc Art space Gallery, “Sweet Slaves”.
2008 - Porto, Galeria Minimal, “Fazer amigos entre os animais”.
2008 - Aveiro, Galeria Nuno Sacramento, “O guardador de Rebanhos”.
2007 - Braga, Museu Nogueira da Silva, “Nomes novos para coisas antigas”.
2007 - Porto, Galeria Minimal.
2006 - Porto, mco arte contemporânea - smvsevm.
2005 - Bologna, “Il Movimento” Aula Guidi, Accademia Di Belle Arti di Bologna.
Colectivas:
2008 - Lisboa, Arte Lisboa - Galeria Minimal.
2008 - Aveiro, Galeria Nuno Sacramento.
2008 - Vila Nova de Cerveira, Fórum Cultural de Cerveira,”Dispersão”.
2008 - Porto, Galeria Minimal.
2007 - Lisboa, Arte Lisboa 2007/Galeria Minimal.
2007 - Aveiro, GaleriaNunoSacramento.
2006 - Porto, mco arte contemporânea “young painters giants”.
2006 - Porto, mco arte contemporânea “wall paper”.
2006 - Aveiro, 1ª Bienal de Aveiro.
2006 - Lisboa, Arte Lisboa 2006/MCOarte.
2005 - Cerveira, “XIII Bienal de Cerveira”.
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O indivíduo como paradoxo, sobre o trabalho de Mário Vitória
valter hugo mãe
A exuberância das imagens de Mário Vitória prende-se à sua imaginação prodigiosa que lhe permite criar as mais extensas narrativas numa só tela, sendo exímio no domínio da metáfora, sempre tão rente à crítica do teatro humano. O trabalho deste artista é, assim, feito de uma profundidade admirável, mesclando opostos para acusar a complementaridade das forças, como se inevitavelmente fossemos todos origem de bem e de mal. Não é de estranhar, por isso, que a amplitude das referências de Mário Vitória possa começar na Disney e chegar a Alfred Hitchcock, colocando numa mesma cena a ingenuidade, a melancolia, a agressão e até o grotesco, num resultado que acaba sempre por ser uma violência clara da existência, como se a existência, por definição, dependa ou se faça da violência.
A ironia com que isto é assumido acentua-se na exposição que agora apresenta, sobretudo nas telas em que naturezas mortas se vêem invadidas por figuras reconhecíveis do imaginário infantil, numa mistura de um certo clássico com um profundo pop, entre o que poderia ser imediatamente entendido como uma relação da arte com a não-arte, ou arte menor. A citação directa que o artista faz dessas personagens de banda desenhada ganha um relevo fundamental, sendo a partir delas que se destroem as ideias preconcebidas do que é um quadro (do que é a arte), como se de uma contaminação se tratasse, vinda do quotidiano desprevenido da infância. Esta intromissão de tais figuras na tela são a sarcástica maneira que encontrou para denunciar o declínio das boas vontades, como se fosse irremediável um destino de desgraça, como se desgraçar o próximo fosse apanágio da sociedade contemporânea e como se, mais concreto ainda, esses valores nos fossem já incutidos pelas brincadeiras de miúdos, por esse mundo de brinquedos e imagens com que nos detivemos longa e inocentemente nos tenros anos das nossas vidas.
Em suma, tudo vive no conflito, em estado de crise fundamental que tudo convoca e tudo obriga a uma defesa, sob pena de perecer numa participação tão efémera na vida. Tudo sobrevive – condição irónica de estar vivo, a da sobrevivência –, como num jogo em que o corpo, o carácter, o equívoco, o azar, ou qualquer outra premissa se pode rebelar contra a nossa viabilidade ou contra viabilidade dos nossos intentos, para dificultar-nos ou impedir-nos de vez o caminho.
Perante as telas de Mário Vitória todas as coisas do mundo, e todas as histórias, podem ser encontradas, pela espantosa capacidade de deixar pistas sem nunca se tornar demasiado definido, sem nunca nos retirar a possibilidade de criarmos também, que é o mesmo que dizer que nos deixa um longo espaço para a identificação, onde creio que caibamos, mais rápida ou mais lentamente, uns e outros até à exaustão. Como acontece nas grandes obras, obviamente.
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Local e Contactos:
galeria arthobler–lisboa
LxFactory
Rua Rodrigues Faria, 103
1300-501 Lisboa
Tel. +351 965 865 186
Horário de abertura ao público: 4ª a Dom. – 15 às 20.00h