Jorge Pedra na Maia
“Foram Objectos”
– acrílico sobre estearina e um pouco de Encáustica
“Foram objectos” constitui uma série de obras em que o fio condutor será a representação do objecto, utilizando-se os objectos em si mesmo… Que já não o são – perderam a função que os lhes conferia identidade: representa-se a memória duma tesoura, de um disco de computador do qual os documentos se perderam irreversivelmente. Cobertos por uma camada de estearina, produzem-se objectos de natureza arqueológica artificial.
Na série de trabalhos que apresento foram utilizados, como parte da
matéria prima, objectos facilmente identificáveis mas que; estão
agora inclusos num novo objecto, obviamente o quadro. São agora apenas
formas? Talvez um pouco mais… É possível que o observador de “Disco
Rígido Negro” se interrogue, mesmo que seja por um momento: “Que
documentos estavam guardados na memória deste disco de computador e
agora estão perdidos para sempre?”. Na observação de “Letras
– Brinquedo”: “Uma criança brincou com estas letras? Que palavras
compôs? Posso eu, por exercício mental sobre este objecto que não
toco, compor palavras?”
O segundo desafio, gratificante “investigação” para o autor, está
nos materiais utilizados:
A estearina, tingida ou não, resulta numa “pele” com uma textura
muito própria. Ao toque, este material confere uma impressão táctil
diferenciada; perdeu-se a textura do material suporte – a madeira
- assim como aquela que era a dos objectos.
Finalmente, a pintura em acrílico: novo desafio. O acrílico, material
de base aquosa entra em “conflito” com a estearina sobre a qual
é aplicada a pintura: não adere completamente, resultando um efeito
gráfico e textural que fascinou na execução das peças e, espera-se,
interesse o observador.
A exposição pode ser visitada, de terça a sábado, das 15.00h às
19.00h, na Galeria D. Manuel I, no Fórum da Maia, até 28 de Novembro.
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Curriculum
Jorge Pedra, n. a 60/7/22 no Porto, arquitecto
www.jorgepedra.com (em construção)
Ao longo de tantos anos, participei em múltiplas exposições colectivas, entre as quais:
Exposição Nacional de Pequeno Formato. Cooperativa Árvore, Porto 1984;
IV Bienal Internacional de Arte de V.N. Cerveira, 1984;
Colectiva Anual dos Sócios da Árvore, Porto 1994, 1995 e 1997;
“Nove anos da Gesto”, Cooperativa Árvore, Porto 1996;
‘Sentir Moçambique’ em Maputo, Moçambique, integrado no projecto “Identidades”, 1997;
‘Uma mão cheia de olhares’ - Ciclo de fotografia em Matosinhos com os fotógrafos Renato Roque, Aníbal Lemos, Henrique Botelho e Manuel Magalhães, Matosinhos 1996;
“Exposição da Aministia Internacional”, Antiga Cadeia da Relação, Porto 1997;
“V Bienal de Fotografia de V.F. Xira”, 1997 (representando, a convite, a Cooperativa Árvore – Porto).
“VI Bienal de Fotografia de V.F. Xira”, 1999;
Exposição
colectiva em formato MUPI: trabalhos expostos em praças, jardins, passeios
e ruas, no âmbito do projecto "Fotografia n'Olho da Rua",
no ano 2000, no Porto. http://www.renatoroque.com/
Exposição colectiva “Souvenirs - Fotografia contemporânea portuguesa no Brasil - Recife e Baía - organizado pelo grupo “Identidades”, Brasil 2002;
“Não Lugares” – exposição colectiva na loja da “Gesto”, com os fotógrafos Renato Roque, Limamil e Lúcia Vasconcelos, Porto 2005
Exposições individuais:
"O que resta das Fotografias" - Cooperativa Árvore, Porto 1989;
"14 Fotografias de Nú - Fotopinturas"- Café Português Suave, Porto 1989;
“Nos Confins da Fotografia” - Café Niko, Matosinhos 1997;
“Fotocolagens” – Cooperativa Árvore, Porto 1997.
Alguns trabalhos publicados em revistas de Fotografia.
Trabalhos nas paredes das casas de amigos e de várias outras pessoas que entenderam que algumas obras valiam o preço de aquisição e… espero, continuem a sentir alguma emoção ao olhá-los.
Nos anos 80 e 90, frequentei vários workshops em Coimbra (a tempos diferentes, com Jean Dieuzaide, Júlio A. Matos, P. Salaün, Joan Fontcubierta), e Arles, França, com Jean Mezières.
Em 2005, iniciei a frequência do Curso Livre de Pintura da Cooperativa Árvore, dirigido pelo Prof. Carlos Dias, de pseudónimo Alberto Péssimo. No contexto, participei em exposições colectivas dos alunos: Fundação Luís Araújo, Porto 2007; iniciativa “Woodhouse in Art”, Porto 2008; “Aquapaint”, Porto 2008; várias exposições colectivas na galeria CES, Lavra – Matosinhos 2008/9. Em 2009, iniciei a frequência do curso do Prof. Carlos Reis, também na Árvore.