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Poeta,
andarilho, músico, cantor, homem de intervenção cívica, José Afonso
nunca deixou que o tempo e a história lhe passassem ao lado. Nascido
a 2 de Agosto de 1929 em Aveiro, José Afonso voou para outras paragens
a 23 de Fevereiro de 1987 levando em si todos os sonhos e todas as
utopias que, vinte anos depois, são ainda tão necessários e tão
urgentes. Das suas andanças por África, Portugal, Galiza e por
muitas outras partes do mundo fica-nos a sua obra: vinte e oito discos
de originais, mais de cento e vinte e cinco títulos gravados a par da
sua imensa poesia não musicada.
A Árvore e a Associação José
Afonso, por intermédio do seu núcleo do norte, entenderam celebrar esta
viagem de vinte anos com o Zeca, levando a efeito a exposição CORES PARA JOSÉ AFONSO – TRIBUTO A UM POETA DA MÚSICA,
porque esta é também uma forma de demonstrar que a obra de José Afonso
é um imenso rio de águas claras e macias, um mar de tons a jorrarem
para o imaginário do que ainda faz falta. CORES PARA JOSÉ AFONSO
é o tributo a um homem que escreveu e cantou o seu mundo: o mundo que
viu de Caxias, o mundo que viu nos lugares por onde passou, o mundo
resultante da reflexão solitária e solidária sobre a vida do seu tempo.
Esta exposição é o tributo revolucionariamente colorido a um homem
maior que o pensamento, só possível pela entusiástica e generosa
participação dos artistas por nós convidados que, sem excepção,
aceitaram colaborar nesta evocação do homem e do artista.
A inauguração realizar-se-á no dia 11 de Setembro de 2007, na Árvore, pelas 22h00, com intervenção musical "Canções do Zeca".
No último dia da exposição, 25 de Setembro, pelas 22h00, realiza-se um leilão das obras expostas dos seguintes artistas: Acácio
de Carvalho, Alberto Péssimo, Albuquerque Mendes, Alcino Soutinho,
Álvaro Siza, Américo Moura, Ana Cristina Leite, Ana Fernandes, Ana
Maria, Ana Silva, Ângelo de Sousa, Armando Alves, Carlos Carreiro,
Dario Alves, Emerenciano, Evelina Oliveira, Graça Morais, Henrique do
Vale, Henrique Silva, Isabel Lhano, Jaime Isidoro, Joana Rêgo, João
Carqueijeiro, João Dixo, Jorge Pinheiro, José de Guimarães, José
Emídio, José Rodrigues, Júlio Pomar, Justino Alves, Luís Melo, Manuela
Bronze, Margarida Leão, Mário Bismarck, Roberto Machado, Rui Aguiar,
Rui Anahory, Sobral Centeno, Teresa Gil.
Não
me arrependo de nada do que fiz. Mais: eu sou aquilo que fiz. Embora
com reservas acreditava o suficiente no que estava a fazer, e isso é
que fica. Quando as pessoas param há como que um pacto implícito com o
inimigo, tanto no campo político, como no campo estético e cultural. E,
por vezes, o inimigo somos nós próprios, a nossa própria consciência e
os álibis de que nos servimos para justificar a modorra e o abandono
dos campos de luta. José Afonso |