Maio no TNSJ - A FALECIDA VAPT-VUPT + PRÊT-À-PORTER (Colectânea 2) | direcção de Antunes Filho

14-24 Maio

A FALECIDA VAPT-VUPT

de Nelson Rodrigues

encenação de Antunes Filho

19-23 Maio

PRÊT-À-PORTER (Colectânea 2)

coordenação de Antunes Filho

A falecida Vapt-Vupt ©Fred Mesquita

O Teatro Nacional São João prepara-se para receber, no mês de Maio, um dos nomes maiores da cena teatral brasileira, o encenador Antunes Filho com dois dos seus mais recentes trabalhos: A Falecida Vapt-Vupt, de Nelson Rodrigues, um dos mais importantes dramaturgos brasileiros; e Prêt-à-Porter, um conjunto de três micro-peças desenvolvidas em laboratório de dramaturgia e interpretação que nos permitem um olhar sobre o novo teatro brasileiro.

Encenador brasileiro de projecção internacional, Antunes Filho (n. 1929) é também um exímio formador de actores, pelas suas mãos já passaram nomes como Raul Cortez, Paulo Autran e Eva Wilma. Participou activamente no movimento que revolucionou o teatro brasileiro nas últimas décadas do séc. XX. É responsável pela criação do Centro de Pesquisa Teatral do SESC São Paulo – actualmente considerado o principal núcleo de investigação teatral da América Latina.

A Falecida Vapt-Vupt, em cena no TNSJ de 14 a 24 de Maio, é mais do que uma simples revisitação da primeira “tragédia carioca” de Nelson Rodrigues. Depois de ter enfrentado A Falecida nas décadas de 60 e 80, Antunes Filho encontrou agora na fragmentação das cenas, na multiplicidade de ambientes e na trajectória vertiginosa da protagonista – uma mulher tuberculosa dos subúrbios cuja única esperança de redenção consiste num enterro de luxo – a matéria-prima exacta para um ensaio sobre a vida contemporânea, as suas velocidades e interferências.

Prêt-à-Porter, que terá apresentação no palco do TNSJ, de 19 a 23 de Maio, às 18h30, é o resultado de um processo de trabalho de actores caracterizado pelo minimalismo e despojamento cénico. Estas sessões, apresentadas ao público em ambiente de sala de ensaios, privilegiam histórias banais: um transsexual que sonha com seios de “Madonna” encontra-se com um cirurgião plástico; uma “garota de programa” tenta em vão estabelecer contacto com o seu cliente entediado; um fugitivo convive com uma jovem prostituta num qualquer quarto de hotel, num qualquer lugar do mundo.

A presença destes dois espectáculos no TNSJ integram-se num programa de intercâmbio teatral entre o TNSJ e o SESC-São Paulo, que permitirá a apresentação naquela cidade brasileira de Turismo Infinito, de António M. Feijó, a partir de textos de Fernando Pessoa, com encenação de Ricardo Pais, entre 19 e 28 de Junho. Com estas duas apresentações cumpre-se o primeiro passo de uma parceria que se pretende regular nos próximos anos.

Esta troca vem acrescentar mais um capítulo no já longo romance inacabado do TNSJ com o Brasil teatral, depois das felizes experiências como o ciclo Portugofonia (2004) e Madame (2000) – espectáculo de Ricardo Pais que juntou no mesmo palco as actrizes Eunice Muñoz e Eva Wilma.